Podcast – Caçadores de Fake News

Você sabia?

A Guerra dos Mundos

Em 1938, o cineasta americano Orson Welles transmitiu numa emissora de rádio uma adaptação do livro A Guerra dos Mundos. A obra do escritor H. G. Wells narra a invasão da Terra por alienígenas. Ao ouvirem o programa sem serem avisadas de que se tratava de uma ficção, muitas pessoas acreditaram que fosse um fato verídico e entraram em pânico. A notícia falsa causou transtornos em muita gente. Teve ouvinte que largou tudo, pegou a família e saiu correndo de casa. Um verdadeiro caos provocado por…  fake news!

A origem das fake news

Na campanha para a presidência dos Estados Unidos, em 2016, o candidato vitorioso Donald Trump usou a expressão “fake news” em inúmeros de seus tuítes. O termo rapidamente se popularizou e se espalhou pelo mundo. Não foi Trump quem criou a expressão, que nem é tão recente assim. Notícias falsas são publicadas desde que o mundo é mundo. Mas o nome escolhido para descrevê-las apareceu no final do século XIX em vários jornais americanos. Um dos primeiros foi o The Buffalo Commercial, do estado de Nova York, em 1891. Vale lembrar que a palavra em inglês “fake” (“imitação”, “falsificação”) era pouco usada como adjetivo. Inicialmente a expressão conhecida era “false news”.

Fake news no Brasil

O Brasil é um dos países que mais propagam fake news. Uma pesquisa divulgada pelo centro de análise de dados Decode Pulse em 2020 mostrou que só em 2019 o Brasil teve cerca de 9 bilhões de cliques em notícias falsas. Apesar de o brasileiro se achar muito bem informado, segundo dados do Instituto Ipsos somos os campeões entre os povos que mais caem em fake news, à frente dos Estados Unidos, que ficaram em segundo lugar. Aqui, as fake news se concentram no aplicativo de mensagem WhatsApp, seguido pelo Facebook.

Os 5 princípios do IFCN

O International Fact Cheking Network (IFCN), grupo internacional dedicado a reunir agentes de checagem de notícia no mundo todo, trabalha com cinco princípios seguidos à risca por seus membros:

1. Imparcialidade e a honestidade, que significa sempre checar ambos os lados de uma história.
2. Padrões e transparência de fontes, ou seja, checadores de fatos devem apresentar suas provas.
3. Transparência da organização do instituto e sua arrecadação de fundos, com a divulgação ao público dos membros do projeto e da forma como ele se sustenta.
4. Padrões e transparência de metodologias, o que significa que a forma como a checagem de fatos é conduzida deve ser clara.
5. Política de erros aberta e honesta – afinal, nem os checadores de fatos são perfeitos.

Esther Wojcicki e o Google

A professora Esther Wojcicki, entrevistada no episódio 4 do podcast, é fundadora do Centro de Mídias e Artes da Palo Alto High School, na Califórnia. Além de ser uma das mais respeitadas educadoras midiáticas do mundo, ela ainda traz na biografia um detalhe incrível: o Google nasceu na garagem dela! Uma das filhas de Esther, Susan, era amiga de Larry Page e Sergey Brin, e emprestou o espaço para os dois criarem a empresa em 4 de setembro 1998. Susan é atualmente CEO do YouTube. Larry e Sergey usaram a garagem até março de 1999.

A origem da tradição do 1º de abril

No dia 1º de abril de 1957, o programa de notícias Panorama, da TV BBC, deixou os britânicos boquiabertos com uma reportagem de três minutos sobre uma plantação de espaguete. A notícia era falsa, mas a brincadeira foi profissional. A “plantação” tinha sido forjada pela própria equipe, que pendurou 9 quilos de macarrão nos galhos das árvores do terreno de um hotel na cidade de Castiglione. A emissora recebeu centenas de telefonemas de telespectadores pedindo dicas de como plantar macarrão, e não é que o Panorama respondeu? “Coloque um raminho de espaguete dentro de uma lata de molho de tomate e aguarde”.

A produção do programa fez tudo isso sem comunicar a direção da emissora, temendo que a ideia fosse rejeitada. A cúpula da BBC só ficou sabendo da pegadinha um minuto antes de ela ir ao ar. No final, o apresentador se despediu: “Agora nós vamos dizer boa noite neste dia primeiro de abril”, dando ênfase à data e confessando, ainda que indiretamente, a brincadeira. No dia seguinte, alguns jornais criticaram a ação, mas a repercussão em geral foi altamente positiva, configurando o primeiro “hoax” exibido em uma grande rede de TV. Dez anos depois, uma rede de TV da Austrália fez uma reportagem muito parecida. Já a BBC fez disso uma tradição e continuou aprontando pegadinhas no Dia da Mentira.

Clique aqui e conheça as pegadinhas mais curiosas de 1º de abril.