Podcast – Caçadores de Fake News
Glossário
Checagem de fatos
Checar um fato é investigar se algo que foi dito em uma notícia aconteceu de verdade. O primeiro passo é verificar se o site ou perfil que está divulgando essa informação é confiável. No Twitter, por exemplo, as contas de jornalistas de alta reputação têm um tique azul, que significa que o perfil é verificado pela plataforma. Também faz parte da checagem de fatos a busca da informação divulgada na internet, para ver se ela aparece em outros sites. Se uma notícia bombástica não é mostrada em nenhum jornal de grande porte, é motivo para desconfiar.
Clickbait
Clickbait é uma manchete com informações falsas, mas escrita de modo a captar a atenção do leitor, feita para que as pessoas acessem um link cuja rentabilidade depende do número de cliques ou views. São frases que geralmente trazem pontos de exclamação, acompanhadas por imagens instigantes. Um exemplo: “Você não vai acreditar no que acontece neste vídeo!”. Difícil não clicar, não é?
Criptografia
Criptografia é um método de proteger a informação e a comunicação por meio de códigos, para que apenas as pessoas para quem a informação é enviada possam ler e processá-la. Na ciência da computação, o termo se refere a técnicas derivadas de conceitos matemáticos e algorítmicos. Até 2016, as mensagens do aplicativo WhatsApp não era criptografadas, o que deixava seus dados completamente vulneráveis ao acesso de hackers.
Deep fakes
Deep fakes são mídias sintéticas, onde a pessoa presente na imagem ou vídeo é substituída por outra. Esse tipo de técnica chamou atenção do público quando começou a ser usada para a fabricação de vídeos pornográficos envolvendo celebridades, material pornô vingativo, boatos, fraudes financeiras e, é claro, fake news.
Desinformação
A desinformação é um tipo específico de fake news. É uma tentativa proposital de desinformar, por meio do uso de material que quem está divulgando sabe que é falso. Geralmente, são notícias fabricadas com a intenção de serem amplamente disseminadas, para persuadir pessoas a pensarem de uma certa maneira, votarem em um candidato ou clicarem em links monetizáveis.
Discurso de ódio
Discurso de ódio é qualquer forma de expressão por meio da qual a pessoa com a fala tem a intenção de difamar, humilhar, incitar o ódio ou encorajar a violência contra um grupo ou classe de pessoas, com argumentos baseados em raça, religião, identidade de gênero, etnia, deficiência ou origem. A Organização das Nações Unidas (ONU) defende a aplicação de medidas de restrição para discursos de ódio, o que é retrucado por grupos extremistas como um abuso contra a liberdade de expressão.
Disparo em massa
Aplicativos de mensagem costumam ter, entre suas funcionalidades, a opção de disparo em massa. O objetivo é permitir que o usuário envie uma mensagem para mais de um destinatário, de forma individual, sem que seja necessário formar um grupo com esses contatos. O recurso, no entanto, se restringe legalmente à esfera privada – é proibido, por exemplo, que seja utilizado em campanhas políticas. Em 2019, o WhatsApp assumiu pela primeira vez que, nas eleições do ano anterior, empresas usaram a ferramenta de disparo em massa por meio de sistemas automatizados, violando as normas do aplicativo para atingir maior número de destinatários.
Educação midiática
Educação midiática é uma vertente da pedagogia que busca integrar o cidadão na vida política e cultural da comunidade, com o uso dos meios midiáticos. Promove o pleno acesso dos jovens à internet, ao mesmo tempo em que estimula seu senso crítico por meio de atividades práticas. Uma das pioneiras nesse campo é Esther Wojcicki, fundadora e professora de jornalismo do Centro de Mídias e Artes da Palo Alto High School, especialista no ensino híbrido e uso da tecnologia na educação.
Fake news
Fake news é uma informação falsa ou enganadora, apresentada em forma de notícia. Geralmente, tem o objetivo de prejudicar a reputação de uma pessoa ou instituição, ou gerar dinheiro por meio de links monetizáveis. Amplamente usada por Donald Trump em sua campanha à presidência dos Estados Unidos em 2016, “fake news” foi eleita a “palavra do ano” em 2017 pelo dicionário inglês Collins. Mas o termo já tinha sido inventado muito antes disso. Começou a aparecer pela primeira vez no final do século XIX nos jornais americanos, com uma pequena variação: naquela época, o adjetivo “fake” não era muito usado, então as notícias falsas eram chamadas de “false news”.
Fazenda de clique
Uma fazenda de cliques é uma forma de fraude, em que um grupo de pessoas é contratado para clicar em links monetizáveis. No escopo do trabalho, está clicar no link, passear pelo website por determinado tempo e se inscrever para receber newsletters. Para muitas dessas pessoas, clicar no número máximo de links que conseguir em um dia pode ajudar a incrementar a renda ou até se tornar uma opção mais rentável que outros tipos de subemprego – motivo pelo qual há uma fila de interessados em se candidatarem pelas vagas.
Fonte
As fontes de uma notícia são as pessoas envolvidas nela, ou seja, o jornalista que escreveu a história e os personagens que aparecem ao longo do texto. No caso de um post viralizado nas redes sociais, a fonte é a pessoa que começou o boato. É importante sempre checar a fonte da história, para você avaliar se o que está lendo e compartilhando é confiável ou não.
Grande mídia
A chamada grande mídia é o conjunto de veículos tradicionais da imprensa, distribuídos em meios como a televisão, o rádio, a internet, os jornais e as revistas. No Brasil, são fortes representantes da grande mídia nomes como Globo, O Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo e CBN. Informações divulgadas pela grande mídia costumam vir de fontes confiáveis, já que os jornalistas que atuam nesses veículos prezam por sua reputação.
Hoax
Hoax é a palavra da língua inglesa para boato. Trata-se de uma informação propositalmente fabricada para se passar como verdade. Geralmente, está associada a lendas urbanas, pseudociências ou teorias da conspiração.
Milícias digitais
Milícias digitais são movimentos organizados na internet para divulgação de informações falsas, que se transformaram numa verdadeira máquina de manipular as pessoas e interferir na política. O termo surgiu em 2018, no Brasil, para se referir ao trabalho de disparo de mensagens no Whatsapp e postagens em redes sociais, realizado pela campanha de Jair Bolsonaro à presidência. Mas a técnica já existia: foi importada de Steve Bannon, dono da empresa Cambridge Analytica e assessor político de Donald Trump.
Notícia
As jornalistas Januária Cristina Alves e Flávia Aidar descreveram como ninguém o significado do termo “notícia” em seu livro Como não ser enganado pelas fake news. Nas palavras de Januária, em entrevista ao podcast Caçadores de Fake News: “O fato é que existe um relógio na estação da Central do Brasil no Rio de Janeiro; a informação é quando olhamos para o relógio, vemos a hora e isso e isso nos faz tomar uma direção segura; a notícia aconteceria se você olhasse para o relógio e ele caísse na sua cabeça. Ou seja, a notícia acontece sempre que os fatos se tornam relevantes. Ela tem que despertar interesse e curiosidade no público, gerar surpresa, apresentar conflitos, ter consequências e desdobramentos, tratar de temas ou pessoas relevantes.”
Pós-verdade
Pós-verdade é um conceito filosófico e político para a ausência de critérios para se definir uma verdade e a confusão generalizada sobre o que são fatos, fatos alternativos, conhecimento, opinião, crença e verdade. O discurso da pós-verdade é geralmente colocado em discussão quando há dificuldade em enxergar os fatos de forma analítica e objetiva.
Teoria da conspiração
Uma teoria da conspiração tenta explicar um evento como se fosse resultado de um complô fabricado por um grupo ou instituição poderosa, com motivação política. O termo tem uma conotação negativa, principalmente porque as teorias da conspiração apelam para o preconceito e a falta de provas. Geralmente, tal evento tem outra explicação, mais provável, muitas vezes provada, e divulgada por fontes confiáveis.
Trolls
Na gíria da internet, o troll é uma pessoa que começa polêmicas ou que magoa outras pessoas intencionalmente, ao postar comentários ofensivos, irrelevantes ou provocativos, com a intenção de fomentar brigas e discussões. Geralmente, o troll tem uma identidade secreta e é bem informado o suficiente para saber exatamente o que dizer quando quer ver o circo pegar fogo. A melhor solução contra os trolls é simplesmente ignorá-los e ocultar seus comentários.