Como são produzidas as roupas que usamos no nosso dia a dia? Como podemos pensar esses processos?
As dúvidas estavam nas cabeças dos alunos do colégio Sagrado Coração de Jesus, localizado no bairro da Pompeia, em São Paulo. Coordenados pela professora Deborah Vallilo, produziram o projeto “O que está por trás das roupas que vestimos? Moda consciente e sustentável”, que fez parte de uma série de atividades interdisciplinares na escola no segundo semestre de 2019.
Em meio a discussões sobre possíveis temas, Luisa, uma das alunas, levou para a sala de aula o livro Alinhavos – O futuro do planeta está no seu guarda-roupa, escrito pela mãe, a estilista Alessandra Ponce Rocha. O livro logo se tornou um sucesso na sala de Luisa, e a autora enviou vários exemplares para que ele fosse utilizado em aula.
“Confesso que esse projeto superou as minhas expectativas, pois alunos, pais e comunidade escolar se envolveram”, conta a professora Deborah. O livro inspirou uma série de exposições e exibições dos alunos, desde pequenos seminários sobre a origem das mais variadas peças de vestimenta até oficinas de customização. A própria Alessandra acabou participando. Levou exemplos de tecidos e respondeu a todas as perguntas dos alunos em diversas visitas ao colégio. “Eles me perguntaram em que momento eu comecei a refletir sobre o processo de produção dessas roupas”, conta. “Mesmo com mais de 20 anos de experiência na indústria da moda, fiquei impactada com aquela questão”.
A turma ainda produziu um podcast onde os alunos debateram temas relacionados aos seus trabalhos. A ideia veio como um complemento às aulas de Texto Opinativo sendo dadas na matéria de Língua Portuguesa. “Ao ler os textos, em casa, fiquei muito impressionada com a diversidade de temas e a profundidade da escrita dos meus alunos”, elogia Deborah.
Ouça aqui o podcast produzido pelos alunos.
Sobre o objetivo do projeto de ajudar a desenvolver uma consciência ambiental e sustentável mais forte em seus alunos, Deborah não tem dúvidas de que tenha sido alcançado. “Estou certa de que, no meu papel de educadora, lancei sementes para cidadãos mais conscientes, mais críticos, mais questionadores, mais sensíveis e, consequentemente, preocupados e comprometidos com um futuro melhor!”