Foto: divulgação

O trabalho com fotografia editorial

Durante a produção de Eu estou aqui, a fotógrafa Daiane da Mata passou um ano e meio acompanhando a escritora Maísa Zakzuk em visitas a casas e escolas onde vivem crianças refugiadas no Brasil. Foi necessária a confiança e a autorização das famílias para fotografar os jovens que hoje estão na obra de Maísa.

Miolo do livro Eu estou aqui com foto de Daiane da Mata.

Livros abordam os mais variados assuntos e essa é uma das principais características do trabalho com fotografia no ramo editorial. Alexandre Battibugli já fez cliques para o Almanaque Desimpedidos e para o Livro do quindim. “O fotógrafo está acostumado e preparado para fotografar qualquer evento”, afirma. Como exemplo, cita que também já trabalhou para jornais e hoje atende revistas, onde a variedade faz parte do cotidiano.

Em O livro do quindim, o fotógrafo acompanhou a produção das receitas para capturar as etapas. Foto: Alexandre Battibugli

O desafio pode ir além. Daiane conta que, ao registrar pessoas refugiadas, viu como elas têm muita insegurança, pois há momentos em que não são bem tratados. Foi necessário explicar com clareza o projeto para eles. “A ideia era falar dos refugiados de outra maneira, da vida mais lúdica da criança, falar um pouco da história deles para que outras crianças também se identificassem”, diz.

Para Alexandre, o mais complicado é colocar nas fotos as características dos personagens e compreender a imagem que a editora deseja. Paula Korosue também já trabalhou com diferentes publicações, como Os sucos da Mari e Navio negreiro. Ela concorda que ter “múltiplos talentos” é importante para atender aos projetos, e fala sobre fotografar pessoas que não gostam de sair em fotos, mas precisam fazer isso. “Conseguir tirar um olhar sincero, ou ainda um sorriso não forçado são grandes desafios dessa profissão”.

Daiane também documenta a rotina de famílias e a vida pessoal de domésticas para projetos pessoais. Ela explica que, ao serem retratadas, as pessoas buscam mais uma estética ideal do que o registro daquele momento como realmente é. Quando está trabalhando, a fotógrafa busca um equilíbrio entre o esperado pelos clientes e a sua visão. “Tento fazer uma foto que ela vai colocar num porta retrato e que também represente o momento da fotografia”, diz.

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