25 anos em 25 histórias | 6-10

Era para ser um almoço trivial. Em 2005, o editor Marcelo Duarte almoçou com um amigo, que comentou uma reportagem que tinha sido publicada pelo jornalista Pedro Dória no site NoMínimo. Era sobre o primeiro blog escrito por uma garota de programa, chamada Bruna Surfistinha. Além de comentar o desempenho de seus clientes, Raquel Pacheco – seu verdadeiro nome – relatava o drama de ter fugido de casa e ter perdido o contato com os pais. A leitura de seu blog era tão viciante que merecia um livro. Foi o que a Panda Books resolveu fazer.

Depois de nove meses de encontros (Bruna tinha uma agenda lotadíssima!) e escrita, publicamos “O doce veneno do escorpião“. O sucesso foi tão grande que as primeiras reimpressões do livro foram semanais. O livro virou filme (com Deborah Secco no papel de Bruna) e depois série. Raquel publicou depois outros dois títulos: “O que aprendi com Bruna Surfistinha” e “Na cama com Bruna Surfistinha”. Abriu também portas para a Panda no exterior: dezessete países publicaram edições do livro.


A revista “Aventuras na história“ possuía uma coluna muito particular: nela éramos desafiados a pensar nossas vidas sem água limpa, fósforos, vaso sanitário, óculos, anestesia, banho, papel higiênico, cemitério, divórcio, sobrenome e outras coisinhas mais. Por mais difícil que seja pensar nisso, nossos antepassados viveram anos e anos sem essas coisas mais básicas. Um gole da água errada podia levar à morte!

A Panda Books convidou a autora da seção, Bárbara Soalheiro, e o ilustrador Negreiros para compilar as melhores perguntas e respostas de “Como fazíamos sem”. O livro encantou de cara todos os públicos, tendo sido inclusive adotado por professores em diversas etapas do aprendizado.

Além disso, o livro foi o primeiro da editora a concorrer ao Prêmio Jabuti e foi um dos contemplados em 2007 na categoria “Didático e paradidático e ensino fundamental e médio”.


Por 13 anos o consultor de empresas Alexandre Rangel (@rangelmentor ) apresentou um quadro na Rádio Bandeirantes de São Paulo chamado “Qualidade e inovação” – que, até 2008 chamava-se “Momento de qualidade“. Eram pílulas de autoajuda com uma abordagem diferente, que levavam à reflexão de valores como humildade, justiça, respeito, generosidade e prudência, inclusive usando metáforas como da vida animal para passar essas ideias.

Eram histórias tão interessantes que iam ao ar no final da tarde que nosso editor, Marcelo Duarte, chegava a dar uma volta no quarteirão se estivesse chegando em casa para não perder o final delas. Foi assim que, em 2002, nasceu “O que podemos aprender com os gansos“, trazendo as melhores parábolas contadas por Rangel. Em 2004, o livro ganhou um segundo volume e depois, em 2013, uma edição reunindo todas elas. O livro fez muito sucesso tanto para o público geral quanto para o RH de empresas, que usavam as 250 lições de cooperação, liderança e motivação para ajudar no mundo dos negócios.

Além disso, todas as edições tiveram seus direitos vendidos para Portugal a partir de 2005, e foi produzido um audiolivro narrado pelo próprio autor.


Os pelicanos guardam a comida no papo? Por que os hipopótamos ficam dentro d’água? Girafa tem torcicolo?

Nas visitas escolares ao Zoológico de São Paulo, as crianças faziam as mais inusitadas perguntas. Para sorte delas, o biólogo Guilherme Domenichelli (@gui_animaltv ) estava lá para responder. Quando não sabia a resposta, ele ia correndo pesquisar. Foi assim, colecionando perguntas e respostas, que nasceu o livro “Girafa tem torcicolo?“, em 2008. Foi também o início da carreira literária de Guilherme, hoje autor de cinco títulos pela Panda Books. De tanto contar curiosidades sobre bichos, Guilherme se transformou num youtuber de sucesso. O seu canal Animal TV acaba de ultrapassar a marca de 1 milhão de inscritos.


O Brasil é um caldo cultural formado por imigrantes de todas as partes do planeta. São italianos, portugueses, árabes, japoneses, africanos… A coleção “Imigrantes do Brasil” foi criada para contar essas histórias aos pequenos.

A ideia surgiu meio por acaso. Num almoço de domingo em Itu, cidade do interior paulista, o editor Marcelo Duarte viu no Bar do Alemão, famoso por seus gigantescos parmegianas, uma vitrine com peças do avô do dono, que contava um pouco da história da imigração alemã. Partindo do ponto de vista do neto, a coleção buscou trazer aspectos da cultura de quem veio para cá, apresentando às crianças hábitos, costumes e tradições que influenciaram a formação deste país tão heterogêneo.

Além de trazer o foco para o avô, que geralmente é ofuscado pela figura da avó nos livros infantis, a coleção “Imigrantes do Brasil” buscou autores e ilustradores descendentes das nacionalidades apresentadas, representando um pouco de sua própria história e desses povos que construíram suas vidas no Brasil, contando inclusive com autores que nos procuraram espontaneamente para contar suas histórias, como foi o caso de Alexandre Kostolias, de “Meu avô grego“

A coleção tem hoje dez títulos: “Meu avô africano” (Carmen Lucia Campos e Laurent Cardon), “Meu avô alemão” (Martins Willie e Daniel Araujo), “Meu avô árabe” (Maísa Zakzuk e Lúcia Brandão), “Meu avô chinês” (Dongyan Wang, Yan Pinheiro e Ulisses Perez), “Meu avô espanhol” (João Anzanello Carrascoza e Alexandre Rampazo), “Meu avô grego” (Alexandre Kostolias e Lelis), “Meu avô italiano” (Thiago Iacocca e Rogério Soud), “Meu avô japonês” (Juliana de Faria e Fabiana Shizue), “Meu avô português” (Manuel Filho e Alarcão) e “Meu avô judeu“ (Henrique Sitchin e Ionit Ziberman).

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode usar estas HTML tags e atributos:

<a href="" title=""> <abbr title=""> <acronym title=""> <b> <blockquote cite=""> <cite> <code> <del datetime=""> <em> <i> <q cite=""> <s> <strike> <strong>