10 coisas que posso fazer para salvar o planeta

Conheça 10 recomendações do autor Todd Parr para ajudarmos a salvar nosso planeta.


Desligar as luzes


Reciclar!


Reaproveitar as sobras de comida


Cuidar das minhocas


Dividir um livro


Plantar uma árvore


Usar os dois lados do papel


Economizar água


Jogar o lixo no lixo


Colocar meu calção no freezer quando estiver muito quente

Essas e outras dicas estão presentes em “O livro do planeta Terra”, que mostra que pequenos gestos podem fazer toda a diferença.

Gestos simples como não usar sacolas plásticas, reciclar o lixo, economizar água, não poluir o ar, apagar as luzes e não desperdiçar alimentos são fundamentais para manter um planeta sustentável.

Mitos e bichos de A a Z | A origem da palavra “macaco”

A palavra “macaco” vem da África: makako. Refere-se a muitas das espécies de símios ou primatas. São tantos os animais que fazem parte dessa ordem que “macaco” se tornou uma palavra comum para vários deles, dos maiores (gorilas, orangotangos) aos menores (micos, saguis). Há símios em quase todos os continentes do mundo, principalmente nas regiões quentes (tropicais), mas existem também algumas espécies que vivem em locais altos e gelados.

Encontramos histórias sobre macacos em várias mitologias do mundo. O macaco mais famoso de todos talvez seja Hanuman, da Índia. Suas aventuras fazem parte do Ramayana, a longa história do guerreiro Ramashandra, ou Rama, que foi um dos avatares (diferentes personalidades) do deus Vishnu.

A história de Hanuman, o Deus-Macaco, você pode conferir no livro “Mitos e bichos de A a Z“, escrito por Rosana Rios e ilustrado por Andrea Ebert.

Panda Books premiada internacionalmente

O Type Directors Club, uma instituição americana com 70 anos de história, anunciou os vencedores de seu prestigioso Concurso Global de Tipografia e Design – e a Panda Books está entre os laureados na categoria comunicação visual.

Com projetos gráficos e design da Casa Rex os seis títulos já publicados pela Coleção Clássicos Internacionais ressignificam a experiência de ler os clássicos. Cada livro desafia o convencional trazendo capa e pôster que revelam uma abordagem multidimensional, tornando-se uma viagem não só ao universo do autor, mas também ao mundo do design e da criatividade. As notas de apoio junto ao texto original facilitam a compreensão da trama e do momento histórico.

Além disso, todas as obras estarão em exposição na Creative Week, de Nova York, entre os dias 13 e 17 de maio, e figurarão ao lado de projetos de grandes marcas, como The New York Times, Nike, Apple, Netflix e Amazon.

Estamos honrados por receber esse reconhecimento do Type Directors Club e proporcionar ao público uma coleção com títulos tão importantes – e agora com o design reconhecido e premiado.

Você já conhece a Coleção Clássicos Internacionais? Os seis títulos lançados até aqui foram:

O retrato de Dorian Gray, de Oscar Wilde

 

Oliver Twist, de Charles Dickens

 

O máscara de ferro, Alexandre Dumas

 

Caninos brancos, de Jack London

 

A letra escarlate, de Nathaniel Hawthorne

 

Narrativa da vida de Frederick Douglass, de Frederick Douglass

 

Tem novidade chegando aí logo!

“Uma estrela chamada Senna” – 30 anos da morte de Ayrton Senna

Quem olhar o céu do hemisfério Norte poderá ver Ayrton Senna em forma de estrela, brilhante e eterno como os astros. No catálogo internacional de astronomia, Senna transformou-se na estrela 5 2942-1502, que a International Star Registry foi buscar na galáxia para presentear a família do grande piloto. Um ponto luminoso no firmamento que materializou a metáfora cunhada por aqueles que, como nós, viram em Ayrton Senna uma luz própria, que agora resplandece num pódio onde nenhum outro astro da constelação da Fórmula 1 conseguiu chegar.

“Uma estrela chamada Senna” é escrito pelo jornalista Lemyr Martins, que acompanhou toda a carreira do piloto Ayrton Senna, desde sua estreia no kart, em 1973. Lemyr tornou-se até confidente do brasileiro quando ele morava na Europa.

Nos formatos e-book e audiolivro, “Uma estrela chamada Senna” traz os bastidores dos 161 Grandes Prêmios disputados por ele, as negociações com as escuderias e detalhes da vida pessoal do piloto. Trata-se do mais completo livro sobre a carreira e a vida do tricampeão da Fórmula 1.

E agora em 2024, ano em que fãs do mundo inteiro lembrarão dos trinta anos da trágica morte de nossa estrela, a Panda Books relança este best-seller!

http://pandabooks.com.br/esportes/biografia/uma-estrela-chamada-senna

Além disso, até dia 01/05/2024, estamos promovendo um concurso cultural para você contar sua melhor história com Ayrton Senna.

Os cinco melhores relatos serão premiados com a versão em audiolivro de “Uma estrela chamada Senna”, disponível na plataforma Audible.

Saiba mais e participe do concurso:

http://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSdZFiq3Ez8nlMKue40yESqW7G3AZ_l7eRA8eqq0yi2aBLY9Mg/viewform?pli=1&pli=1l

O resultado será divulgado no dia 05/05/2024, em nosso Instagram.

*As cinco histórias serão avaliadas e escolhidas pelos profissionais da editora. É vedada a participação de funcionários da editora, assim como de seus cônjuges e parentes.

Todas as mulheres de José de Alencar

Escritor cearense marcou seu nome na literatura brasileira com romances que colocaram a personalidade forte de suas protagonistas em destaque

Lucíola”, lançamento da Panda Books na série “Clássicos da Língua Portuguesa”, não é a única obra de José de Alencar (1829-1877) a trazer no nome uma figura feminina. Também não é o único título a apostar na personalidade forte e envolvente de uma protagonista feminina para desenvolver um romance capaz de prender a atenção do leitor.

Na verdade, o escritor cearense desenvolveu uma espécie de trilogia de perfis femininos que compõem o que se pode chamar de “mulheres alencarianas”. As histórias não estão ligadas do ponto de vista narrativo e tampouco são uma continuação uma da outra, mas podem ser interpretadas como partes de uma triologia pelas semelhanças na estrutura do romance – são mulheres fortes, de personalidade, que retratam o tempo em que viveram (e no qual Alencar viveu e escreveu) e que têm uma visão mais avançada dos costumes.

Lucíola”, o primeiro deles, por exemplo, saiu em 1862, num Brasil já independente e ainda não republicano; em tempos pré-iluministas de uma moral extremamente rígida sobretudo para as mulheres. Só que, ao mesmo tempo, com a memória ainda fresca de um dos grandes sucessos do escritor francês Alexandre Dumas: “A dama das camélias”, lançado em 1848. São muitas as semelhanças entre o clássico europeu e a trajetória da menina Maria da Glória. Ao ser expulsa de casa, ele se tornou Lúcia, uma cortesã – igual à Camille de Dumas (eram chamadas de “cortesãs” as prostitutas que atendiam clientes ricos).

Lucíola vive os seus conflitos internos e a repulsa pela própria vida de devassidão, enquanto encanta um jovem pernambucano chamado Paulo, que se apaixona pela pureza daquela mulher.

Dois anos depois, José de Alencar lançou “Diva”. Não era de forma alguma uma continuação, mas hoje em dia talvez pudesse até ser considerado um spin-off porque traz de volta a figura de Paulo. A diferença é que ele deixa de ser um protagonista para ser tão somente uma testemunha dos encantos de seu amigo, o médico Augusto Amaral, pela jovem Emília – a “diva” da história.

Dessa forma, se quisermos analisar as duas obras em conjunto, temos dois homens semelhantes no comportamento e na forma de ver o mundo profundamente encantados por mulheres totalmente diferentes. A Emília de “Diva” não admite ser tocada e demora até se abrir para o amor ou mesmo para qualquer ação que escape de sua própria rigidez moral.

Em seus romances urbanos que flertaram com o realismo de Machado de Assis, Alencar conseguiu, em um intervalo de dois anos, surpreender ao sair dos supostos pecados cotidianos de Lúcia para o pudor indestrutível de Emília.

O tempo passou. O escritor cearense experimentou novos caminhos e alcançou com outra mulher – Iracema, a virgem dos lábios de mel, a representante da força dos povos originários brasileiros – o seu maior sucesso.

Já no fim da vida, Alencar voltou a explorar um romance urbano com protagonista feminina que, pelas semelhanças, fecha essa trilogia. “Senhora” foi publicado em 1875 para arrematar toda a reflexão do autor sobre os embates entre o amor e o interesse. Apresenta, em Aurélia Camargo, uma mulher forte e decidida, que poderia simplesmente aceitar a humilhação de ter sido preterida pelo seu grande amor, Fernando, mais preocupado em arranjar um casamento com uma mulher rica. Acontece que ela própria se torna essa mulher, que pode comprar Fernando para estabelecer uma relação de poder diferente daquela que os romances mais tradicionais idealizavam para as mulheres. É, de certa forma, um retrato também de um Brasil com mulheres mais alfabetizadas e letradas, que tiveram seus novos anseios desvendados por autores como Alencar.

Apesar de originalmente não terem ligação direta, as três obras são naturalmente associadas. Tanto que, em 2005, a TV Record colocou no ar a novela “Essas Mulheres”. O autor Marcílio Moraes aproveitou o fato de as três protagonistas viverem na mesma época e criou uma história na qual elas viraram amigas que viveram cada uma o seu romance. Christine Fernandes foi a “Senhora” Aurélia Camargo; Miriam Freeland, a “Diva” Emília Duarte; e Carla Cabral, a Lúcia – ou “Lucíola”, que a Panda Books apresenta em nova edição da coleção “Clássicos da Língua Portuguesa”.

10 curiosidades sobre “Narrativa da vida de Frederick Douglass”

Retrato em primeira pessoa do período escravocrata nos Estados Unidos é o novo destaque da série “Clássicos Internacionais”

Um homem negro, escravizado desde a infância, foge e se torna uma das mais importantes vozes abolicionistas dos Estados Unidos no século XIX. Frederick Douglass trilhou esse caminho ao revelar para o mundo as suas experiências em duas décadas de escravidão no livro “Narrativa da vida de Frederick Douglass: um escravizado americano”, relançado na série “Clássicos Internacionais”, da Panda Books.

Veja abaixo algumas curiosidades sobre o autor e a obra.

1. O autor do livro nasceu como Frederick Augustus Washington Bailey em 1818. Ele adotou o novo nome aos 20 anos (sete antes de lançar a obra), quando fugiu da casa onde era escravizado em Maryland. Foi para a Filadélfia e depois para Nova Iorque, onde começou a se reunir com outros abolicionistas.

2. Bailey passou por vários outros endereços no campo e na cidade. Aos 6 anos, foi completamente separado da família. Alfabetizou-se apenas aos 12 anos, quando foi transferido para a propriedade da família Auld, em Maryland, depois da morte do antigo dono, Aaron Anthony. Ali, ele teve os primeiros contatos com a literatura abolicionista.

3. A primeira publicação de “Narrativas da Vida de Frederick Douglass” foi feita em 1845 pelo Escritório Antiescravidão da Rua Cornhill, em Boston. Aquele era um local que servia justamente para oferecer aos abolicionistas um espaço para publicação e divulgação de ideias, livros e folhetos. Era também um local para reuniões e palestras e servia de abrigo para escravizados que fugiam dos lugares onde eram dominados.

4. Em três anos, a narrativa de Frederick já havia demandado três tiragens e alcançado 11 mil cópias com traduções para o francês e para o holandês. Era muita coisa para uma época em que o mercado editorial ainda engatinhava.

5. Ainda em 1845, com a renda e a repercussão dos livros, Frederick foi convidado a contar suas experiências e suas ideias no Reino Unido. Lá, arrecadou fundos para comprar a sua liberdade: sete anos depois de fugir da casa de Maryland, ele pagou 711 dólares para a família Auld e virou oficialmente um homem livre. Corrigido pela inflação, o valor equivale hoje a aproximadamente 25 mil dólares.

6. Logo no início do livro, o autor conta que não sabia sua data de aniversário exata. Tinha conhecimento do mês e do ano: fevereiro de 1818. Por isso, escolheu o dia 14 para celebrar.

7. O livro não dá detalhes sobre a fuga de Frederick para o norte abolicionista porque ele não queria que as rotas e os planos de fuga fossem descobertos. Hoje, o que se sabe é que ele embarcou em um trem que partiu na noite de 3 de setembro de 1838 na estação de Baltimore da ferrovia Philadelphia, Washington & Baltimore Railway. Baltimore era o ponto inicial da linha que percorria uma distância de aproximadamente 1 mil quilômetros até a Filadélfia.

8. “Narrativa da vida de Frederick Douglass” não foi a única produção do autor. No total, escreveu cinco livros que o fizeram uma das mais relevantes vozes americanas do século XIX. Ele escreveu também para dois jornais abolicionistas.

9. Frederick Douglass tornou-se tão relevante que atuou também na política americana. Durante a Guerra de Secessão, que dividiu os Estados Unidos entre escravocratas e abolicionistas, ele manteve um contato bastante estreito com o presidente Abraham Lincoln – que viria a abolir a escravidão em território norte-americano.

10. Nos primeiros anos pós-abolição, Douglass ganhou progressivamente mais espaço no Partido Republicano. Chegou, inclusive, a disputar as prévias do partido para as eleições de 1888. Uma de suas bandeiras era o voto feminino, que só seria adotado em escala nacional nas eleições de 1920. Ele, no entanto, recebeu apenas um voto ao longo de oito primárias. Apesar da empreitada malsucedida nas urnas, ele foi nomeado cônsul-geral dos Estados Unidos no Haiti durante o governo do republicano Benjamin Harrison. Morreu em Washington em 20 de fevereiro de 1895 – no mês em que completaria 78 anos.

As memórias afetivas de um contador de histórias

Em “Bailarinos”, Giba Pedroza transporta os jovens leitores para dentro de um brinquedo analógico e ainda fascinante

Aos 12 anos, Giba Pedroza escreveu o primeiro texto para o teatro e, desde então, nunca mais parou de olhar para o passado na hora de escrever as suas narrativas. Pela Panda Books, ele lança este mês o livro “Bailarinos”, que define como “uma fotografia antiga dele mesmo”. O protagonista é o pião, brinquedo de criança há tantos séculos no Brasil. Com as ilustrações de Sidney Meirelles o autor transporta os jovens leitores – que talvez já tenham trocado os piões pelos celulares – para dentro do rodopiar de um brinquedo analógico, mas ainda fascinante. No livro, ele garante ter crescido “com os olhos no chão, admirando o bailar dos piões” e é este ângulo que ele realça em “Bailarinos”.

O paulista Giba Pedroza se apresenta como um contador de histórias. Foi ele, aliás, um dos primeiros a transformar esse talento de narrar fatos reais ou fictícios diante de um grupo de pessoas em uma área de atuação profissional. “Eu só sei marcar a data porque Regina Machado, que é o ‘Pelé’ dos contadores de história, diz que me conheceu por volta de 1986, 1987 e eu fui a primeira pessoa que se apresentou para ela como contador de história. Na época isso não era tão comum”, lembra. Quase quatro décadas depois, Giba é um dos mais renomados profissionais brasileiros do setor e promove oficinas, palestras e cursos, além de se dedicar também às pesquisas sobre a literatura infantil e oralidade.

Já naqueles passos iniciais Giba tinha a preocupação de construir uma narrativa “lúdica e bonita” mesmo para tratar de temas mais complexos. “Tem gente que acha que contar história é um mero entretenimento para fugir da realidade. Eu na verdade comecei a contar histórias para enfrentar a realidade”, argumenta. Por mais ou menos três anos, ele anotou as histórias que contou em um caderninho, que funcionou como um registro sentimental de momentos marcantes e de boas histórias que podem ser contadas a qualquer tempo e em qualquer lugar.

Mas, se todo mundo conta história o tempo todo entre amigos, no ambiente familiar ou mesmo para um estranho qualquer no meio da rua, o que é que define um profissional da área? O mestre garante que a resposta não é única: “Acho que o contador profissional de histórias dá uma espécie de testemunho. É sempre de dentro para fora, pelas memórias afetivas e pela experiência de vida. Cada um tem a sua técnica. É uma espécie de impressão digital de cada contador. Quanto mais conta mais você vai definindo essa sua impressão”, explica.

Escolha seu destino dentro do corpo humano

Fátima Mesquita e Fábio Sgroi apresentam a agência de viagens “Ana Tomia”. Com o cartão de embarque nas mãos, faça roteiros realmente surpreendentes

Em seu mais novo lançamento, a escritora mineira Fátima Mesquita apresenta Ana Tomia, uma agência de viagens especializada em roteiros pelo corpo humano. São 70 páginas com rimas criativas (como “o atlético sistema esquelético”), imagens simples de entender como a comparação entre a batida do coração e o toque de um instrumento musical, ilustrações caprichadas de Fábio Sgroi, e um divertido “Faça seu Pum” (sigla para Plano de Uso Meu, com dicas para o bom funcionamento de cada sistema do nosso organismo).

Confira, abaixo, os dez destinos mais procurados pelos clientes da agência Ana Tomia:

1. O circular chamado cardiovascular – Ideal para quem quer acumular milhas: todos os dias, o sangue percorre 19 mil quilômetros dentro do nosso corpo – o equivalente a vinte viagens de ida e volta entre São Paulo e o Rio de Janeiro a cada 24 horas!

2. Sistema muscular – Turismo para aventureiros. Mais que um destino específico, é uma espécie de volta ao mundo, que viaja dos pés à cabeça, cobrindo cerca de 50% do peso total do nosso corpo. Quem encarar o desafio de fazer esse tour vai terminar a viagem cansado, mas poderá dizer que viu de tudo e passeou por todo o corpo humano, dos músculos da parte frontal da cabeça até os músculos da planta dos pés. O roteiro inclui seiscentas paradas ao longo desta viagem!

3. O atlético sistema esquelético – Esse destino é para quem não tem o menor receio em mexer o corpo e exercitar os músculos durante as férias; é aqui que o viajante passeia pelas articulações que comandam os movimentos do joelho, do ombro, do cotovelo, do quadril… é nesse sistema que se apresenta a coluna vertebral, composta por 33 ossos.

4. Sistema respiratório – A escolha perfeita para quem quer paz, calma, silêncio, tranquilidade e ar fresco; todos os dias um ser humano adulto inspira cerca de 20 mil litros de gás oxigênio que auxilia o funcionamento de todos os outros sistemas.

5. Sistema tegumentar – Imagine uma lona de circo. É exatamente assim o aspecto desse sistema responsável por formar a nossa pele e demais revestimentos externos.

6. Sistema nervoso – Adrenalina total! É o destino que leva o viajante a conhecer o lugar onde são tomadas as decisões mais importantes, que impactam todo este universo que existe em cada ser humano. São 86 bilhões de neurônios trabalhando 24 horas por dia.

7. Não perturbe o sistema imune – Segurança acima de tudo neste destino. Os viajantes conhecem os mecanismos de proteção que o corpo humano cria para si mesmo. Para aproveitar bem o que esse roteiro tem a oferecer, é fundamental seguir as regras: beber muita água sempre é uma delas.

8. Sistema digestório – O roteiro mostra tudo o que acontece com a comida depois que ela passa pela fronteira da boca. Passado esse portal, os turistas serão recompensados com uma vista privilegiada de alguns dos maiores órgãos do corpo humano, como o fígado e o intestino delgado.

9. Sistema endócrino – É uma espécie de spa do corpo humano. Cuida da produção dos hormônios e regula funções do organismo de maneira que, caso esteja bem cuidado, irá proporcionar uma sensação de permanente bem-estar e disposição.

10. O multiplicativo sistema reprodutivo – Destino perfeito para casais e para quem quer constituir família. O roteiro inclui o que há de mais íntimo no corpo humano. Mas vale o alerta: apenas com permissão total e verdadeira ele pode ser tocado por outra pessoa!

O legado do centenário de Fernando Sabino

Caio Tozzi lança em “A viagem de Mundo” uma trama de conflitos familiares, amores e dilemas do início da vida adulta

Homenagens como a da 4ª edição da Feira Literária de Tiradentes (FLITI), que acontece no próximo mês de outubro, no interior de Minas Gerais, são uma boa forma de medir o legado do escritor mineiro Fernando Sabino para a literatura brasileira. O centenário de nascimento do autor, morto em 11 de outubro de 2004, será celebrado justamente em 12 de outubro.

Existe, porém, uma outra forma, talvez até mais impactante, de avaliar a presença que um escritor marca na cultura literária: observar o quanto de um autor existe na geração ou nas gerações de escritores que cresceram como leitores e hoje são responsáveis pela produção literária de um país. Nesse sentido, uma maneira de medir o tamanho de Fernando Sabino é ler o que escreve o paulista Caio Tozzi, de 39 anos, que lança o juvenil “A viagem de Mundo” pela Panda Books: “Ele sem dúvida é uma das principais influências da minha construção pessoal e profissional. Suas histórias povoaram minha infância, minha juventude e minha vida adulta trazendo não só a companhia que os livros podem nos dar mas também valores, pensamentos e olhares que me acompanham hoje em dia”, diz ele, lembrando-se com particular das frases de Eduardo Marciano do livro “O Encontro Marcado”, de 1956: “Essas frases ainda fazem parte do meu dia-a-dia”.

Portanto, não surpreende que Edmundo Zappe, o garoto de 16 anos que protagoniza “A viagem de Mundo”, tenha um livro de Fernando Sabino – “O Grande Mentecapto”, de 1979 como companheiro ao longo da trama que parte de um conflito familiar para mergulhar o leitor de uma série de dilemas típicos da transição entre a adolescência e a vida adulta ao mesmo tempo em que desenvolve uma história de amor: “Um autor de livros infantis e juvenis precisa estar sempre antenado ao que o leitor do seu tempo busca e o que se conecta com ele”, explica Tozzi. Com este, já são sete livros para este público, dois deles finalistas do Prêmio Jabuti, o mais importante da literatura brasileira: “Não se trata apenas de colocar elementos de tecnologia na história. A questão é entender a cabeça desse leitor que nasceu e cresceu num tempo de múltiplas conexões. Fazer uma narrativa ágil, como se os leitores estivessem assistindo a algo”, resume. Para não se distanciar do público, Caio produz ainda textos teatrais e um podcast chamado #MOCHILA, onde se dedica a debater narrativas criadas para crianças e adolescentes.

Dentro do enorme campo da literatura juvenil, “A viagem de Mundo” pode ser segmentado de maneira mais específica na categoria de “romance de formação”, tão bem dominada por Fernando Sabino. Um subgênero que engloba as características clássicas do romance dentro da história de uma personagem que está se desenvolvendo do ponto de vista físico, moral e emocional: “Acho que o primeiro romance de formação que eu li na juventude foi ‘O encontro marcado’”, rememora Tozzi. “Foi definitivo. A história da passagem da juventude para a vida adulta”. Agora que o sonho está realizado, pode haver quem encontre uma contradição entre dizer que é preciso estar atento aos anseios de uma geração que nasceu conectada e ao mesmo tempo inspirar-se em livros escritos há cerca de cinquenta anos. Contradição nenhuma, explica Tozzi: “Tendo esse compromisso com o leitor de hoje, é possível mergulhar em coisas que nunca vão mudar em um adolescente independentemente da época: as angústias do crescer, as primeiras descobertas sentimentais e emocionais, um novo corpo, os medos…”, enumera. “Esse encontro com a vida durante a juventude pra mim é lindo e fascinante. Por isso eu gosto tanto de escrever para esse público e desejo continuar me dedicando a ele”.

Na história, dividida em 27 capítulos, o garoto Edmundo briga com o pai, com quem não consegue mais se comunicar. Confuso em um mundo onde ora é visto como alguém que “só tem 16 anos” e ora é cobrado como alguém que “já tem 16 anos”, Mundo amadurece na marra, principalmente a partir do momento em que se apaixonada por Lara, filha de um desafeto da família e, ao mesmo tempo, é mandado pelo pai para viver bem longe de casa. “O Grande Mentecapto”, livro que é o companheiro de Mundo nessa jornada, tem como protagonista Geraldo Viramundo, definido por Caio Tozzi como “uma figura libertária”: “Edmundo é um personagem que cria coragem para obedecer ao gigante que está dentro dele. Viramundo tem a alma que ele queria almejar”.

Para além de Sabino, Tozzi agregou ao seu rol de referências livros como “On the Road”, de 1957, escrito por Jack Kerouac; “O apanhador no campo de centeio”, de 1951, publicado por J.D. Sallinger; “The outsiders”, de S.E. Hinton, que nasceu em 1967 e virou filme de sucesso nos anos 80; e “As vantagens de ser invisível”, escrito por Stephen Chbosky em 1999. “Entendi que esses livros falavam sobre descobertas sexuais, morte, amizade… falavam sobre tudo. E muitas vezes traziam essa ideia de movimento, da personagem circulando pra se encontrar. Foi a partir desses elementos que eu fui construindo a jornada de Mundo. É uma descoberta de si mesmo ao mesmo tempo em que se descobre a vida que virá pela frente”, reflete.

Caio Tozzi enxerga como uma feliz coincidência que “A viagem de Mundo” seja publicado em 2023, ano do centenário de Fernando Sabino: “Converso com muitas pessoas que me dizem o quanto ele foi fundamental em suas formações e isso sempre faz com um sorriso abra no meu rosto”, diz ele. “O autor faz com sua personagem o que ela fez comigo. Sempre que eu resgatava algo do Sabino pra essa história eu pensava: ‘nossa, isso é tão meu também’. Foi nessa experiência de escrever sobre crescer sem perder a ternura, ver a vida com afeto e valorizar a amizade que eu entendi como eu sou mesmo constituído pela obra dele”. Por isso, não é difícil concluir qual será, para Tozzi, um dos maiores prêmios que sua obra poderá almejar: “Que a viagem de Mundo possa fazer com que novos leitores queiram conhecer e encontrar os livros de Fernando Sabino”.

10 curiosidades sobre “Marília de Dirceu”

Livro do português Tomás Antônio de Gonzaga é novo lançamento da série “Os clássicos” da Panda Books

Novo volume da série “Clássicos da Língua Portuguesa”, da Panda Books, o livro “Marília de Dirceu” tem mais de 200 anos e continua sendo presença constante nas listas de obras obrigatórias para os principais vestibulares do Brasil. Já está, inclusive, no caminho dos estudantes que irão prestar a Fuvest este ano.

Essa presença por si só marca a relevância e a força da obra, que mistura uma bela história de amor e os desabafos de um escritor talentoso, castigado por tentar mudar os rumos da política de um Brasil ainda preso às mãos de Portugal. Isso sem falar na estética própria do movimento conhecido como arcadismo, um dos primeiros “filhos” do iluminismo europeu.

1. Tomás Antônio de Gonzaga nasceu em Portugal em 1744. Filho de pai brasileiro, viveu entre os dois países e, na infância, morou no Recife e em Salvador, antes de voltar para Portugal para fazer faculdade em Coimbra. Ele já escrevia poemas por lá, mas foi quando voltou ao Brasil para trabalhar como magistrado em Vila Rica – hoje Ouro Preto – que a carreira de escritor decolou.

2. Além de poeta, Tomás participou ativamente da vida política mineira e brasileira. Ele foi um dos membros do movimento conhecido como Inconfidência Mineira, que tentava libertar Minas Gerais e o Brasil dos abusos da Coroa Portuguesa. Acabou preso e levado para a Ilha das Cobras, no Rio de Janeiro. Condenado, seguiu para um exílio forçado em Moçambique, onde se casou, teve dois filhos e morreu em 1810.

3. “Marília de Dirceu” é um livro estruturado em liras. O gênero literário lírico tem o seu batismo inspirado no instrumento musical “lira”, que na Grécia Antiga acompanhava os poetas em uma época na qual os poemas eram todos cantados, e não apenas declamados ou escritos. Foi a partir do século XV que as poesias, ou liras, deixaram de ser cantadas para serem apenas faladas ou escritas.

4. “Marília de Dirceu” foi publicado em um intervalo de vinte anos. A primeira parte, dividida em 33 liras, saiu em 1792; a segunda, com 38 liras, foi impressa em 1799; a parte final, com nove liras e mais treze sonetos (poema dividido em duas estrofes de quatro versos e mais duas estrofes de três versos) só foi revelada em 1812, dois anos depois da morte de Tomás Antônio de Gonzaga.

5. Embora isso não seja dito de maneira explícita, “Marília de Dirceu” revela em grande parte uma história pessoal de amor de Tomás Antônio de Gonzaga. Quando chegou ao Brasil, para trabalhar em Vila Rica como magistrado, ele conheceu Maria Doroteia Joaquina de Seixas e se apaixonou enlouquecidamente. Ela era muito mais jovem e muito mais rica. Mesmo assim, formou-se ali um casal. Antes mesmo do casamento, Tomás foi preso. Também militante da emancipação do Brasil, Maria escapou da prisão, mas nunca mais pôde viver ao lado do então noivo.

6. Dessa forma, a primeira parte do livro traz liras que versam sobre o amor de Dirceu (que seria um alter ego de Tomás) por Marília (personagem potencialmente inspirada em Maria) e também o amor de Marília por Dirceu; a segunda parte já fala sobre o desencontro e a saudade. A terceira parte reúne poemas escritos antes de Dirceu conhecer Marília.

7. Apesar da semelhança com os amores da vida real, o livro de Tomás Antônio de Gonzaga é ambientado no interior de Portugal. Dirceu e Marília são pastores de ovelhas e cultivam um amor que adota essa paisagem simples como um elemento importante para que esse amor floresça. Não há objetivo maior que viver ali, juntos, até o fim da vida.

8. A obra é uma das principais expoentes do arcadismo no Brasil. Esse movimento literário surgiu na Europa no século XVIII no vácuo das ideias do iluminismo. Valorizava as paisagens naturais, bucólicas e rurais, e o resgate de temáticas, ideias e referências da Antiguidade Clássica. Já no começo de “Marília de Dirceu”, o autor mostra um vasto repertório de deuses gregos, dentre outros elementos da Grécia Antiga, para que Dirceu se declare para Marília. A propósito, a “Arcádia” era uma província da Grécia Antiga e se tornou uma espécie de paraíso, um ideal para poetas e artistas que acreditavam na relação direta entre a felicidade e a vida em contato com a natureza.

9. O livro “Marília de Dirceu” inspirou o batismo da cidade de Marília, que fica 438 quilômetros a noroeste de São Paulo. O fundador da cidade, Bento de Abreu Sampaio Vidal, tinha lido o livro em uma viagem para a Europa e resolveu nomear o município paulista com uma homenagem à protagonista.

10. Em 1967, os Correios lançaram uma série de seis selos comemorativos em homenagem a grandes mulheres brasileiras. Em meio a heroínas da vida real como Madre Joana Angélica, Rita Lobato, Ana Neri, Darcy Vargas e Anita Garibaldi, havia um selo para uma personagem da ficção: Marília de Dirceu. O selo de 2 centavos foi lançado em 11 de agosto de 1967. Em 1994, Marília de Dirceu voltou a estampar um selo por ocasião dos 250 anos de nascimento de Tomás Antônio Gonzaga, com ilustração da artista plástica Martha Poppe.