10 curiosidades sobre “Oliver Twist”, o novo clássico da Panda Books

Romance escrito na primeira metade do século XIX ganhará nova tradução no Brasil

Quando a mais nova tradução do romance “Oliver Twist”, escrito pelo britânico Charles Dickens, for lançado no Brasil no final de janeiro, a obra estará perto de completar 185 anos de vida. O livro, cuja primeira parte foi concluída em 1837, será o segundo da série “Clássicos Internacionais”. da Panda Books, inaugurada este ano com “O retrato de Dorian Gray”, de Oscar Wilde.

Confira 10 curiosidades sobre “Oliver Twist”:

1. Charles Dickens tinha apenas 25 anos quando começou a publicar o livro em forma de folhetim na revista “Bentley’s Miscellany”. Os 53 capítulos, em geral, eram publicados de dois em dois: os dois primeiros foram lançados em fevereiro de 1837 e os dois últimos em abril de 1839.

2. “Oliver Twist” foi publicado pela primeira vez no Brasil em 1870, também em forma de folhetim no “Jornal da Tarde”, do Rio de Janeiro. Documentos da época indicam que uma parte dos textos foi traduzida por Machado de Assis, que colaborava para o periódico à época.

3. A obra já foi adaptada 18 vezes para o cinema. Na primeira delas, em 1909, o cinema ainda era mudo. “Oliver!”, um filme britânico de 1968, faturou o Oscar de melhor fotografia; neste século XXI, foram duas adaptações: uma em 2005, sob a batuta do diretor Roman Polanski; e a mais recente em 2021, produzida pelo canal SKY Cinema, do Reino Unido, e ambientada nos dias de hoje.

4. Além das versões cinematográficas, “Oliver Twist” se transformou em programas de TV em sete oportunidades – no Reino Unido, na Austrália, na França e nos Estados Unidos; a primeira versão foi da BBC, como um seriado de 13 capítulos, em 1962; a mais longa foi uma adaptação franco-americana em forma de desenho animado com 52 capítulos, que foi ao ar entre 1996 e 1997. A obra ganhou também um musical, que já foi traduzido para cerca de 20 idiomas.

5. A personagem Fagin fez com que a obra fosse acusada, desde a sua publicação, de antissemitismo por causa da construção estereotipada do homem judeu; no livro “Antissemitismo: uma enciclopédia histórica de preconceito e perseguição”, lançado em 2005 pela inglesa Nadia Valman, a obra é criticada por associar Fagin – muitas vezes classificado apenas como “o Judeu” – ao
Diabo.

6. O ano em que “Oliver Twist” começou a ser publicado, 1837, também foi o ano que marcou a ascensão ao trono da Rainha Vitória no Reino Unido; a Era Vitoriana, que terminaria apenas em 1901, foi marcada, dentre outras coisas, por escancarar a desigualdade entre as classes sociais. As críticas à sociedade britânica foram uma grande marca do livro e ajudaram o texto de Dickens a se aproximar dos leitores.

7. Logo nos primeiros capítulos, quando apresenta a personagem que dá título à obra, Dickens aborda um dos principais problemas do Reino Unido no início do século XX: o trabalho infantil. No livro, Oliver Twist começa a trabalhar aos 12 anos em uma fábrica que produzia graxa para sapatos. Documentos da época registram crianças de até 4 anos de idade trabalhando em fábricas, além de inúmeros casos de acidentes de trabalho, alergias e doenças relacionadas às atividades precoces. O subtítulo original – A Parish Boy’s Progress – também faz menção a esta questão: “parish boy”, algo como “garoto da freguesia”, era como se chamavam os meninos que trabalhavam nas fábricas.

8. “Oliver Twist” traz algumas referências da vida do autor: além de ter ele próprio trabalhado na infância, Dickens também sofria de epilepsia, mal que afeta a personagem Monks. Já a criminosa Nancy guarda muitas semelhanças com Eliza Greenwood, uma assassina que marcou a cultura popular britânica no século XIX.

9. Charles Dickens morreu em 1870, aos 58 anos, deixando um pedido: ele jamais gostaria de ser transformado em estátua. Não foi atendido: já em 1891 foi erguida a primeira estátua na Filadélfia, nos Estados Unidos; em 2013 veio outra, em Portsmouth, sua cidade natal, na Inglaterra.

10. A residência onde o autor morava, em Londres, quando lançou Oliver Twist, hoje abriga o Museu Charles Dickens. O local reúne retratos, manuscritos, itens pessoais e até a escrivaninha onde o livro foi escrito. A casa também tem uma programação de espetáculos teatrais que, em geral, fazem referência à vida e à obra do homenageado.

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