A comida com poder de transformação

Sabia que o que você coloca no prato pode mudar o planeta? Lançamento da Panda Books alerta sobre a necessidade de novos hábitos alimentares

 

Há dois anos, quando as autoras Ariela Doctors e Maísa Zakzuk se uniram para escrever “O que vai ter para comer?”, lançado pela Panda Books, uma das muitas preocupações era a de levantar a bandeira da alimentação saudável como uma demanda não apenas individual, para cuidar do corpo, mas também coletiva, para transformar o ambiente, o bairro, a cidade, o planeta. Dessa forma, jovens leitores impactados pela obra podem mudar os hábitos de suas casas e, quem sabe, até de suas escolas.

A preocupação com o tom do texto é endossada por Ariela, que aposta na ação propositiva despertada pelo livro para que ele tenha impacto real no dia a dia: “Não adianta falar que as crianças têm responsabilidade por algo que elas nem fizeram”, afirma. “É preciso manter o encanto com a natureza para depois entender a luta”.

No livro, Ariela e Maísa abordam vários aspectos que podem ser aprimorados na relação entre as pessoas e a comida: não apenas a necessidade de adotar hábitos mais saudáveis, mas também a valorização de pequenos produtores e o fim do desperdício, dentre outras questões. Ariela classifica a obra como uma “conversa intersetorial” e acredita que “criar bons hábitos é muito mais fácil do que transformá-los”: “É preciso fazer a ligação do cotidiano com a natureza. Foi o rompimento que gerou essa distopia”. O livro reúne números que mostram o impacto de toda esta cadeia desregulada no meio-ambiente e apresenta também soluções inovadoras.

A dupla formada por Ariela (jornalista, ex-proprietária de um restaurante de comida marroquina e diretora do Instituto de Comida e Cultura, ao lado de Bela Gil) e Maísa (diretora de TV,  escritora infantojuvenil e criadora do quadro “Culinária” no “X-Tudo”, programa da TV Cultura nos anos 1990) rendeu também uma série de sugestões que estão ao alcance dos mais jovens. São atividades com diferentes níveis de complexidade, que vão da observação, tabulação e organização dos produtos a partir do seu nível de industrialização (para que a família ou a escola eventualmente percebam a necessidade de diminuir o consumo dos ultraprocessados e aumentar o espaço das compras in natura) até a construção artesanal de um minhocário, pequeno depósito de restos de alimentos que, se tratado da maneira correta, pode transformar resíduos em adubo.

Misturando história, infográficos, tabelas e atividades, Ariela Doctors e Maísa Zakzuk trazem leveza para um tema tão complexo e preocupante, mas que precisa ser tratado em casa e no ambiente escolar: “Existem muitas escolhas e a criança precisa ficar encantada com esse poder de transformação que ela tem em mãos”, finaliza Maísa.

Projeto aprovado pelo Edital ProAC 20/2022, Programa de Ação Cultural da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo.

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