Burro protagonista e viagem no tempo marcam os 200 anos da Independência

Obras foram contempladas em projeto especial da Secretaria de Cultura para marcar os dois séculos de independência do Brasil

 

Faltam poucos meses para a Independência do Brasil completar exatamente 200 anos. No dia 7 de setembro de 1822, às margens do rio Ipiranga, D. Pedro I bradou “independência ou morte” para liberar o Brasil do domínio português. O jornalista e escritor Marcelo Duarte resolveu contar essa história de um jeito inédito, pelos olhos e pelas memórias de uma testemunha ocular do episódio: o burro que carregava o Imperador D. Pedro nas costas. Afinal, o belo e imponente cavalo que ficou eternizado em diversos quadros não passa de uma obra de ficção: “Na hora de pintar o quadro “Independência ou Morte”, Pedro Américo se permitiu algumas liberdades poéticas”, explica o autor. “Dom Pedro e sua comitiva não estavam naqueles vistosos cavalos, por exemplo. Eles estavam voltando de Santos no lombo de burros, animais fortes, capazes de subir a serra”.

“Memórias póstumas do burro da Independência” mistura o trabalho de pesquisa sobre os bastidores (muitos deles tão desconhecidos ou distorcidos pela história quanto o burro que virou cavalo) daquele 7 de setembro com essa peculiar escolha para conduzir a narrativa: “Fiquei imaginando como um daqueles burros poderia contar o momento da independência”, lembra Marcelo. “Seria um ponto de vista bastante divertido. Ainda mais que o futuro imperador estava com uma dor de barriga danada”.

A criatividade foi premiada pela Secretaria Especial de Cultura e pelo Ministério do Turismo, que selecionaram o livro no Prêmio de Incentivo à Publicação Literária – 200 Anos de Independência. O primeiro edital, aberto em 2018, selecionou 25 obras dentre as mais de 100 inscritas. “Memórias póstumas do burro da Independência” foi laureada na seara das ficções infantojuvenis.

No ano seguinte, uma nova edição do concurso literário foi realizada, com mais vinte obras selecionadas. E lá estava Marcelo Duarte novamente entre os escolhidos, agora com “Esquadrão Curioso – Independência ou Zero!”. Apesar de a temática ser a mesma, aqui o burrinho não é personagem. Na verdade, as personagens vêm de outro livro, que não tem nada a ver com a Independência, “Esquadrão Curioso – Caçadores de Fake News”.

Agora, o Esquadrão Curioso – formado pelos adolescentes Isa, Pudim, Débora e Léo – viaja em uma máquina do tempo construída para uma feira de ciências e tenta impedir que a famosa cena do grito de Independência seja alterada: “Pela primeira vez, usei os mesmos personagens em um novo livro. O Esquadrão Curioso fez tanto sucesso no papel de “caçadores de fake news”; que achei que seria muito legal se eles fizessem desta vez uma viagem no tempo. Se eu tivesse uma máquina do tempo, eu adoraria voltar 200 anos atrás. Teria a maior curiosidade de assistir à cena de 7 de
Setembro, sabia?”, confessa Marcelo.

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