25 anos em 25 histórias | 1-5

Dia 23 de setembro, a Panda Books comemora 25 anos! E para celebrar nosso aniversário, traremos histórias desse período. Nesses 25 anos, a editora já publicou 690 títulos. Sabe qual foi o número 1? Os Endereços Curiosos de São Paulo, escrito pelo jornalista Marcelo Duarte, um dos fundadores da empresa.

O livro inovou por trazer endereços secretos, curiosos e surpreendentes, que jamais entraram em outros guias da cidade. O sucesso foi tão grande que Endereços Curiosos acabou se transformando numa coleção com outros 14 volumes. Veja como a chegada desse livro da gráfica influenciou diretamente a data de comemoração de nosso aniversário.


Durante seus primeiros anos, o nome da Panda Books ficou associado a livros de esportes. Nosso segundo lançamento foi Os arquivos da Fórmula 1 (1999), do jornalista gaúcho Lemyr Martins. Pouco depois, às vésperas das Olimpíadas de Sydney, de 2000, lançamos Os arquivos das Olimpíadas, de Maurício Cardoso.

Esses livros foram importantes para tornar a Panda Books naquilo que desejávamos ser desde o começo: uma editora voltada para livros de referência em diferentes temas. Fomos responsáveis por criar alguns novos formatos, como a coleção O dia em que me tornei… (2008), Escudos dos times do mundo inteiro (2006), A história das camisas dos 12 maiores times do Brasil (2009) e as Bíblias do futebol (2010).

 

O livro dos segundos socorros é um de nossos maiores orgulhos. Ele foi fruto de uma incrível parceria com o grupo Doutores da Alegria, criado pelo ator Wellington Nogueira em 1991 e formado por palhaços que visitam crianças hospitalizadas, levando carinho, esperança e humor nos hospitais. Ficar doente não é nada engraçado, mas, mesmo nessa condição, crianças não deixam de ser crianças. Todas elas continuam querendo brincar. O livro dos segundos socorros teve o apoio da Janssen, braço farmacêutico da Johnson & Johnson, que doou 5 mil exemplares para crianças em hospitais.


Ao entrar numa livraria em São Francisco, nos Estados Unidos, o editor Marcelo Duarte se encantou com um livro chamado It’s okay to be different, do californiano Todd Parr. Comprou um exemplar e deu de presente para a filha de 6 anos. A menina se apaixonou tanto pelo livro que Marcelo pensou: “Esse livro precisa ser publicado também no Brasil”. Escreveu para Todd no e-mail que estava na orelha da obra e a resposta veio bastante rápida. Negócio fechado!

Em 2002, a Panda lançou Tudo bem ser diferente. Nasceu aí uma grande parceria: hoje, 22 anos depois, Todd Parr já tem 21 livros editados no Brasil, todos com absoluto sucesso. Doze anos depois, em 2014, Todd Parr veio visitar o Brasil pela primeira vez. Participou de eventos literários em São Paulo (Bienal do Livro, Colégio Marupiara, Casa de Livros e Céu Caminho do Mar), Brasília (Escola Americana de Brasília) e Pirenópolis-GO (6ª Festa Literária de Pirenópolis), Em Pirenópolis, por sinal, ele foi laureado com a chave da cidade. Seus livros já apareceram em diversas novelas da Rede Globo, como Sete Vidas, escrita por Lícia Manzo.


Por que a cor oficial da Panda Books é laranja? Porque é a cor da capa do primeiro O guia dos curiosos, de Marcelo Duarte, um dos fundadores da editora.

Lançada inicialmente pela Companhia das Letras, em 1995, a coleção O guia dos curiosos começou a migrar para a Panda em 2003. Os livros ganharam um novo projeto gráfico, assinado por Mariana Bernd, e uma nova logomarca. O primeiro O guia dos curiosos inédito editado pela Panda foi o de Língua Portuguesa. Enfim, em 2005, o primogênito laranjinha aterrissou aqui.

Uma nova mudança aconteceu em 2021. O guia dos curiosos: edição fora-de-série, décimo título da coleção, recebeu um novo “banho de loja”: é o primeiro colorido, com mais ilustrações e infográficos, num projeto assinado pelo estúdio Casa Rex.

Paulo Mancha

Duas comemorações de 100 anos para a NFL

A principal liga de futebol americano do mundo está comemorando o centenário da sua fundação. Também aconteceu uma celebração parecida em 2019. Paulo Mancha, autor de Os guerreiros da NFL (com Eduardo Zolin) e Touchdown!, explica que essa é uma pegadinha da matemática: “A fundação foi em 17 de setembro de 1920, ano do primeiro campeonato. Fazendo as contas, a temporada 2019 foi a centésima, então, a gente comemora duas vezes”.

Na década de 1990, Paulo estava desanimado com o futebol da bola redonda por episódios de corrupção e jogos com placar no 0 X 0. Foi quando a TV por assinatura chegou ao Brasil e ele descobriu o futebol americano. “Entendi que era muito mais parecido com xadrez, cheio de estratégias, do que só pancadaria”. Ele se apaixonou, começou a pesquisar mais sobre o esporte e hoje, além de autor, é comentarista da NFL.

Panda News – Como a liga está lidando com duas comemorações?

Paulo Mancha – Aconteceram várias celebrações no ano passado e muitas festas estavam previstas para 2020, o que não aconteceu por causa da pandemia. Mas eles estão transformando a cidade de Canton, no estado de Ohio, na meca do futebol americano. A NFL surgiu lá, em uma loja de carros, onde dirigentes dos times da época se reuniram para discutir a fundação. Hoje, nesse lugar, fica o Hall da Fama do esporte e há um museu dedicado a ele. Também fizeram uma Universidade do Futebol Americano, só para assuntos científicos ligados ao esporte; um hospital especial para jogadores tratarem lesões; e uma casa de repouso para atletas mais velhos que não têm dinheiro. Se você gosta de NFL, precisa visitar Canton pelo menos uma vez na vida. Eu já fui duas!

E sobre a pandemia?

Um caso muito interessante deste ano é o Laurent Duvernay-Tardif, do Kansas City Chiefs, atual campeão do Super Bowl. Ele é médico e costuma voltar ao Canadá, sua terra natal, para fazer residência nas intertemporadas. Como a NFL ofereceu aos jogadores a oportunidade de não jogar agora sem perder o contrato, o Laurent decidiu ficar em Quebec, na linha de frente contra a Covid-19. A mensagem dele foi: quem for só jogador de futebol americano deve jogar, porque cria um entretenimento necessário para a sociedade neste momento. Já ele é mais importante como médico.

O que você vê de mais curioso nesse centenário?

Há exatos cem anos, os Estados Unidos estavam passando pela pandemia de gripe espanhola, e a liga tinha questões relacionadas ao racismo. No Guerreiros da NFL, conto a história do Massilon Tigers, que era a equipe mais poderosa de Ohio. Ela não participou da criação da NFL, pois perdeu muitos jogadores para a pandemia e outros na Primeira Guerra. Já o racismo, não era um grande debate, como hoje. Jim Thorpe, o primeiro presidente da NFL, era descendente de índios, e o técnico do título de 1920 era negro, Fritz Pollard. Racistas criticavam a liga por esses motivos, até que fizeram um pacto e baniram os jogadores negros e índios a partir de 1933. Foi tão vergonhoso! Isso só acabou em 1946. Hoje, 66% dos jogadores são afrodescendentes, e muitos têm se manifestado contra o racismo, a violência policial e incentivado os progressistas a irem votar, o que não é obrigatório nos Estados Unidos.

Temos poucos livros sobre futebol americano no Brasil. Como é essa produção nos Estados Unidos?

Lá, as livrarias têm prateleiras inteiras com obras de futebol americano. Há lançamentos todos os meses: biografias, história, textos técnicos, de tática, para quem pratica, livros de fotos e até humor sobre o esporte. Também existem romances – autores famosos, como John Grisham, costumam usar o futebol americano como pano de fundo para suas histórias. Um dos motivos para eu escrever foi a vontade de suprir uma necessidade do fã brasileiro de futebol americano, que só conseguia ler alguma coisa se importasse o livro e dominasse o inglês.