Caio Vilela

Dia do Fotógrafo: Os registros de Caio Vilela pelo mundo

8 de janeiro é Dia do Fotógrafo. Celebramos a data com Caio Vilela, autor das imagens de “Futebol sem fronteiras” e “Um mundo de crianças”. Ele faz diversas viagens a trabalho, já visitou 108 países e foi até para a Antártida, mas, curiosamente, cresceu em uma casa onde esses passeios não aconteciam. Os pais caíam na estrada apenas para visitar avós de Caio, que moravam no interior de São Paulo. Tem outra: eles também não eram de tirar fotos. Nunca. Apenas o avô materno, Alcyr Ribeiro, tinha câmera e fez registros da infância do fotógrafo. “Era só aquela foto de aniversário, do moleque assoprando o bolo”, lembra.

O interesse por clicar o mundo surgiu graças ao amigo de escola Cláudio Wakahara: “Ele fotografava por diversão, revelava e ampliava fotos no laboratório de seu pai”. Caio visitava o lugar e teve seu primeiro emprego lá, como assistente do arquiteto e museólogo Júlio Abe Wakahara. “Era um casarão antigo na Bela Vista. Você entrava e descia várias escadas para chegar ao laboratório”. Tinha, então, 16 anos e ganhou de presente a câmera do avô. A levou para sua primeira viagem internacional, quando fotografou na Patagônia, em 1990, aos 19 anos. A vontade de viajar foi estimulada pelo outro avô: Saulo Vilela. Apaixonado por trens e geografia, gostava de testar o conhecimento dos netos: “Ele nos perguntava coisas como a capital da República do Congo e países banhados pelo Oceano Índico”.

Conforme juntava economias com o dinheiro do trabalho, Caio viajava e fotografava. Em seus mochilões, gostava de brincar com crianças, especialmente nas regiões pobres. “Eu me divertia com elas, desenhava e visitava escolas. Também fazia anotações sobre como era o lazer, a alimentação, e a educação”. Chegou um momento em que reuniu todo o material e criou o livro “Um mundo de crianças”, com a jornalista Ana Busch.

Em suas andanças pelo mundo, certa vez, fotografou uma partida de futebol de rua no Irã. Estava em uma cidade chamada Yazd e gostou do contraste entre a pelada e a arquitetura característica do local ao fundo. O estalo veio depois de a imagem ser publicada na revista de bordo da Varig: “Comecei a procurar futebol nas viagens”. Em visitas a lugares muito emblemáticos, como o Machu Picchu, ele até levava uma bola. Mas Caio virou um especialista e descobriu até o horário sagrado do futebol: 17h. “Quem trabalha, já trabalhou; quem estuda, estudou; o sol já baixou e, nos países islâmicos, é o horário logo depois da reza. Às 5 da tarde, com uma bicicleta alugada ou um taxista esperto, eu consigo achar o futebol acontecendo em qualquer lugar do mundo”.

O livro deu origem a uma exposição no Museu do Futebol, em São Paulo, entre 2009 e 2010. Era chamada “Ora, Bolas! O Futebol Pelo Mundo”. Caio não parou de fotografar o esporte nas ruas de onde viajava. O material cresceu, e os convites para expor também. No Brasil, suas imagens foram apresentadas em shopping centers, no Conjunto Nacional, em São Paulo, e em diferentes unidades do Sesc, como na “Futegrafias”, exposição que aconteceu durante a Copa do Mundo de 2014.

O trabalho ganhou o mundo e foi apresentado em lugares como Belgrado (Sérvia), Islamabade (Paquistão), Doha (Catar), Quito (Equador), a prefeitura de Paris (França) e o Planetário de Bogotá (Colombia).

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