“Uma estrela chamada Senna” – 30 anos da morte de Ayrton Senna

Quem olhar o céu do hemisfério Norte poderá ver Ayrton Senna em forma de estrela, brilhante e eterno como os astros. No catálogo internacional de astronomia, Senna transformou-se na estrela 5 2942-1502, que a International Star Registry foi buscar na galáxia para presentear a família do grande piloto. Um ponto luminoso no firmamento que materializou a metáfora cunhada por aqueles que, como nós, viram em Ayrton Senna uma luz própria, que agora resplandece num pódio onde nenhum outro astro da constelação da Fórmula 1 conseguiu chegar.

“Uma estrela chamada Senna” é escrito pelo jornalista Lemyr Martins, que acompanhou toda a carreira do piloto Ayrton Senna, desde sua estreia no kart, em 1973. Lemyr tornou-se até confidente do brasileiro quando ele morava na Europa.

Nos formatos e-book e audiolivro, “Uma estrela chamada Senna” traz os bastidores dos 161 Grandes Prêmios disputados por ele, as negociações com as escuderias e detalhes da vida pessoal do piloto. Trata-se do mais completo livro sobre a carreira e a vida do tricampeão da Fórmula 1.

E agora em 2024, ano em que fãs do mundo inteiro lembrarão dos trinta anos da trágica morte de nossa estrela, a Panda Books relança este best-seller!

http://pandabooks.com.br/esportes/biografia/uma-estrela-chamada-senna

Além disso, até dia 01/05/2024, estamos promovendo um concurso cultural para você contar sua melhor história com Ayrton Senna.

Os cinco melhores relatos serão premiados com a versão em audiolivro de “Uma estrela chamada Senna”, disponível na plataforma Audible.

Saiba mais e participe do concurso:

http://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSdZFiq3Ez8nlMKue40yESqW7G3AZ_l7eRA8eqq0yi2aBLY9Mg/viewform?pli=1&pli=1l

O resultado será divulgado no dia 05/05/2024, em nosso Instagram.

*As cinco histórias serão avaliadas e escolhidas pelos profissionais da editora. É vedada a participação de funcionários da editora, assim como de seus cônjuges e parentes.

Todas as mulheres de José de Alencar

Escritor cearense marcou seu nome na literatura brasileira com romances que colocaram a personalidade forte de suas protagonistas em destaque

Lucíola”, lançamento da Panda Books na série “Clássicos da Língua Portuguesa”, não é a única obra de José de Alencar (1829-1877) a trazer no nome uma figura feminina. Também não é o único título a apostar na personalidade forte e envolvente de uma protagonista feminina para desenvolver um romance capaz de prender a atenção do leitor.

Na verdade, o escritor cearense desenvolveu uma espécie de trilogia de perfis femininos que compõem o que se pode chamar de “mulheres alencarianas”. As histórias não estão ligadas do ponto de vista narrativo e tampouco são uma continuação uma da outra, mas podem ser interpretadas como partes de uma triologia pelas semelhanças na estrutura do romance – são mulheres fortes, de personalidade, que retratam o tempo em que viveram (e no qual Alencar viveu e escreveu) e que têm uma visão mais avançada dos costumes.

Lucíola”, o primeiro deles, por exemplo, saiu em 1862, num Brasil já independente e ainda não republicano; em tempos pré-iluministas de uma moral extremamente rígida sobretudo para as mulheres. Só que, ao mesmo tempo, com a memória ainda fresca de um dos grandes sucessos do escritor francês Alexandre Dumas: “A dama das camélias”, lançado em 1848. São muitas as semelhanças entre o clássico europeu e a trajetória da menina Maria da Glória. Ao ser expulsa de casa, ele se tornou Lúcia, uma cortesã – igual à Camille de Dumas (eram chamadas de “cortesãs” as prostitutas que atendiam clientes ricos).

Lucíola vive os seus conflitos internos e a repulsa pela própria vida de devassidão, enquanto encanta um jovem pernambucano chamado Paulo, que se apaixona pela pureza daquela mulher.

Dois anos depois, José de Alencar lançou “Diva”. Não era de forma alguma uma continuação, mas hoje em dia talvez pudesse até ser considerado um spin-off porque traz de volta a figura de Paulo. A diferença é que ele deixa de ser um protagonista para ser tão somente uma testemunha dos encantos de seu amigo, o médico Augusto Amaral, pela jovem Emília – a “diva” da história.

Dessa forma, se quisermos analisar as duas obras em conjunto, temos dois homens semelhantes no comportamento e na forma de ver o mundo profundamente encantados por mulheres totalmente diferentes. A Emília de “Diva” não admite ser tocada e demora até se abrir para o amor ou mesmo para qualquer ação que escape de sua própria rigidez moral.

Em seus romances urbanos que flertaram com o realismo de Machado de Assis, Alencar conseguiu, em um intervalo de dois anos, surpreender ao sair dos supostos pecados cotidianos de Lúcia para o pudor indestrutível de Emília.

O tempo passou. O escritor cearense experimentou novos caminhos e alcançou com outra mulher – Iracema, a virgem dos lábios de mel, a representante da força dos povos originários brasileiros – o seu maior sucesso.

Já no fim da vida, Alencar voltou a explorar um romance urbano com protagonista feminina que, pelas semelhanças, fecha essa trilogia. “Senhora” foi publicado em 1875 para arrematar toda a reflexão do autor sobre os embates entre o amor e o interesse. Apresenta, em Aurélia Camargo, uma mulher forte e decidida, que poderia simplesmente aceitar a humilhação de ter sido preterida pelo seu grande amor, Fernando, mais preocupado em arranjar um casamento com uma mulher rica. Acontece que ela própria se torna essa mulher, que pode comprar Fernando para estabelecer uma relação de poder diferente daquela que os romances mais tradicionais idealizavam para as mulheres. É, de certa forma, um retrato também de um Brasil com mulheres mais alfabetizadas e letradas, que tiveram seus novos anseios desvendados por autores como Alencar.

Apesar de originalmente não terem ligação direta, as três obras são naturalmente associadas. Tanto que, em 2005, a TV Record colocou no ar a novela “Essas Mulheres”. O autor Marcílio Moraes aproveitou o fato de as três protagonistas viverem na mesma época e criou uma história na qual elas viraram amigas que viveram cada uma o seu romance. Christine Fernandes foi a “Senhora” Aurélia Camargo; Miriam Freeland, a “Diva” Emília Duarte; e Carla Cabral, a Lúcia – ou “Lucíola”, que a Panda Books apresenta em nova edição da coleção “Clássicos da Língua Portuguesa”.

10 curiosidades sobre “Marília de Dirceu”

Livro do português Tomás Antônio de Gonzaga é novo lançamento da série “Os clássicos” da Panda Books

Novo volume da série “Clássicos da Língua Portuguesa”, da Panda Books, o livro “Marília de Dirceu” tem mais de 200 anos e continua sendo presença constante nas listas de obras obrigatórias para os principais vestibulares do Brasil. Já está, inclusive, no caminho dos estudantes que irão prestar a Fuvest este ano.

Essa presença por si só marca a relevância e a força da obra, que mistura uma bela história de amor e os desabafos de um escritor talentoso, castigado por tentar mudar os rumos da política de um Brasil ainda preso às mãos de Portugal. Isso sem falar na estética própria do movimento conhecido como arcadismo, um dos primeiros “filhos” do iluminismo europeu.

1. Tomás Antônio de Gonzaga nasceu em Portugal em 1744. Filho de pai brasileiro, viveu entre os dois países e, na infância, morou no Recife e em Salvador, antes de voltar para Portugal para fazer faculdade em Coimbra. Ele já escrevia poemas por lá, mas foi quando voltou ao Brasil para trabalhar como magistrado em Vila Rica – hoje Ouro Preto – que a carreira de escritor decolou.

2. Além de poeta, Tomás participou ativamente da vida política mineira e brasileira. Ele foi um dos membros do movimento conhecido como Inconfidência Mineira, que tentava libertar Minas Gerais e o Brasil dos abusos da Coroa Portuguesa. Acabou preso e levado para a Ilha das Cobras, no Rio de Janeiro. Condenado, seguiu para um exílio forçado em Moçambique, onde se casou, teve dois filhos e morreu em 1810.

3. “Marília de Dirceu” é um livro estruturado em liras. O gênero literário lírico tem o seu batismo inspirado no instrumento musical “lira”, que na Grécia Antiga acompanhava os poetas em uma época na qual os poemas eram todos cantados, e não apenas declamados ou escritos. Foi a partir do século XV que as poesias, ou liras, deixaram de ser cantadas para serem apenas faladas ou escritas.

4. “Marília de Dirceu” foi publicado em um intervalo de vinte anos. A primeira parte, dividida em 33 liras, saiu em 1792; a segunda, com 38 liras, foi impressa em 1799; a parte final, com nove liras e mais treze sonetos (poema dividido em duas estrofes de quatro versos e mais duas estrofes de três versos) só foi revelada em 1812, dois anos depois da morte de Tomás Antônio de Gonzaga.

5. Embora isso não seja dito de maneira explícita, “Marília de Dirceu” revela em grande parte uma história pessoal de amor de Tomás Antônio de Gonzaga. Quando chegou ao Brasil, para trabalhar em Vila Rica como magistrado, ele conheceu Maria Doroteia Joaquina de Seixas e se apaixonou enlouquecidamente. Ela era muito mais jovem e muito mais rica. Mesmo assim, formou-se ali um casal. Antes mesmo do casamento, Tomás foi preso. Também militante da emancipação do Brasil, Maria escapou da prisão, mas nunca mais pôde viver ao lado do então noivo.

6. Dessa forma, a primeira parte do livro traz liras que versam sobre o amor de Dirceu (que seria um alter ego de Tomás) por Marília (personagem potencialmente inspirada em Maria) e também o amor de Marília por Dirceu; a segunda parte já fala sobre o desencontro e a saudade. A terceira parte reúne poemas escritos antes de Dirceu conhecer Marília.

7. Apesar da semelhança com os amores da vida real, o livro de Tomás Antônio de Gonzaga é ambientado no interior de Portugal. Dirceu e Marília são pastores de ovelhas e cultivam um amor que adota essa paisagem simples como um elemento importante para que esse amor floresça. Não há objetivo maior que viver ali, juntos, até o fim da vida.

8. A obra é uma das principais expoentes do arcadismo no Brasil. Esse movimento literário surgiu na Europa no século XVIII no vácuo das ideias do iluminismo. Valorizava as paisagens naturais, bucólicas e rurais, e o resgate de temáticas, ideias e referências da Antiguidade Clássica. Já no começo de “Marília de Dirceu”, o autor mostra um vasto repertório de deuses gregos, dentre outros elementos da Grécia Antiga, para que Dirceu se declare para Marília. A propósito, a “Arcádia” era uma província da Grécia Antiga e se tornou uma espécie de paraíso, um ideal para poetas e artistas que acreditavam na relação direta entre a felicidade e a vida em contato com a natureza.

9. O livro “Marília de Dirceu” inspirou o batismo da cidade de Marília, que fica 438 quilômetros a noroeste de São Paulo. O fundador da cidade, Bento de Abreu Sampaio Vidal, tinha lido o livro em uma viagem para a Europa e resolveu nomear o município paulista com uma homenagem à protagonista.

10. Em 1967, os Correios lançaram uma série de seis selos comemorativos em homenagem a grandes mulheres brasileiras. Em meio a heroínas da vida real como Madre Joana Angélica, Rita Lobato, Ana Neri, Darcy Vargas e Anita Garibaldi, havia um selo para uma personagem da ficção: Marília de Dirceu. O selo de 2 centavos foi lançado em 11 de agosto de 1967. Em 1994, Marília de Dirceu voltou a estampar um selo por ocasião dos 250 anos de nascimento de Tomás Antônio Gonzaga, com ilustração da artista plástica Martha Poppe.