10 curiosidades sobre “Narrativa da vida de Frederick Douglass”

Retrato em primeira pessoa do período escravocrata nos Estados Unidos é o novo destaque da série “Clássicos Internacionais”

Um homem negro, escravizado desde a infância, foge e se torna uma das mais importantes vozes abolicionistas dos Estados Unidos no século XIX. Frederick Douglass trilhou esse caminho ao revelar para o mundo as suas experiências em duas décadas de escravidão no livro “Narrativa da vida de Frederick Douglass: um escravizado americano”, relançado na série “Clássicos Internacionais”, da Panda Books.

Veja abaixo algumas curiosidades sobre o autor e a obra.

1. O autor do livro nasceu como Frederick Augustus Washington Bailey em 1818. Ele adotou o novo nome aos 20 anos (sete antes de lançar a obra), quando fugiu da casa onde era escravizado em Maryland. Foi para a Filadélfia e depois para Nova Iorque, onde começou a se reunir com outros abolicionistas.

2. Bailey passou por vários outros endereços no campo e na cidade. Aos 6 anos, foi completamente separado da família. Alfabetizou-se apenas aos 12 anos, quando foi transferido para a propriedade da família Auld, em Maryland, depois da morte do antigo dono, Aaron Anthony. Ali, ele teve os primeiros contatos com a literatura abolicionista.

3. A primeira publicação de “Narrativas da Vida de Frederick Douglass” foi feita em 1845 pelo Escritório Antiescravidão da Rua Cornhill, em Boston. Aquele era um local que servia justamente para oferecer aos abolicionistas um espaço para publicação e divulgação de ideias, livros e folhetos. Era também um local para reuniões e palestras e servia de abrigo para escravizados que fugiam dos lugares onde eram dominados.

4. Em três anos, a narrativa de Frederick já havia demandado três tiragens e alcançado 11 mil cópias com traduções para o francês e para o holandês. Era muita coisa para uma época em que o mercado editorial ainda engatinhava.

5. Ainda em 1845, com a renda e a repercussão dos livros, Frederick foi convidado a contar suas experiências e suas ideias no Reino Unido. Lá, arrecadou fundos para comprar a sua liberdade: sete anos depois de fugir da casa de Maryland, ele pagou 711 dólares para a família Auld e virou oficialmente um homem livre. Corrigido pela inflação, o valor equivale hoje a aproximadamente 25 mil dólares.

6. Logo no início do livro, o autor conta que não sabia sua data de aniversário exata. Tinha conhecimento do mês e do ano: fevereiro de 1818. Por isso, escolheu o dia 14 para celebrar.

7. O livro não dá detalhes sobre a fuga de Frederick para o norte abolicionista porque ele não queria que as rotas e os planos de fuga fossem descobertos. Hoje, o que se sabe é que ele embarcou em um trem que partiu na noite de 3 de setembro de 1838 na estação de Baltimore da ferrovia Philadelphia, Washington & Baltimore Railway. Baltimore era o ponto inicial da linha que percorria uma distância de aproximadamente 1 mil quilômetros até a Filadélfia.

8. “Narrativa da vida de Frederick Douglass” não foi a única produção do autor. No total, escreveu cinco livros que o fizeram uma das mais relevantes vozes americanas do século XIX. Ele escreveu também para dois jornais abolicionistas.

9. Frederick Douglass tornou-se tão relevante que atuou também na política americana. Durante a Guerra de Secessão, que dividiu os Estados Unidos entre escravocratas e abolicionistas, ele manteve um contato bastante estreito com o presidente Abraham Lincoln – que viria a abolir a escravidão em território norte-americano.

10. Nos primeiros anos pós-abolição, Douglass ganhou progressivamente mais espaço no Partido Republicano. Chegou, inclusive, a disputar as prévias do partido para as eleições de 1888. Uma de suas bandeiras era o voto feminino, que só seria adotado em escala nacional nas eleições de 1920. Ele, no entanto, recebeu apenas um voto ao longo de oito primárias. Apesar da empreitada malsucedida nas urnas, ele foi nomeado cônsul-geral dos Estados Unidos no Haiti durante o governo do republicano Benjamin Harrison. Morreu em Washington em 20 de fevereiro de 1895 – no mês em que completaria 78 anos.

As memórias afetivas de um contador de histórias

Em “Bailarinos”, Giba Pedroza transporta os jovens leitores para dentro de um brinquedo analógico e ainda fascinante

Aos 12 anos, Giba Pedroza escreveu o primeiro texto para o teatro e, desde então, nunca mais parou de olhar para o passado na hora de escrever as suas narrativas. Pela Panda Books, ele lança este mês o livro “Bailarinos”, que define como “uma fotografia antiga dele mesmo”. O protagonista é o pião, brinquedo de criança há tantos séculos no Brasil. Com as ilustrações de Sidney Meirelles o autor transporta os jovens leitores – que talvez já tenham trocado os piões pelos celulares – para dentro do rodopiar de um brinquedo analógico, mas ainda fascinante. No livro, ele garante ter crescido “com os olhos no chão, admirando o bailar dos piões” e é este ângulo que ele realça em “Bailarinos”.

O paulista Giba Pedroza se apresenta como um contador de histórias. Foi ele, aliás, um dos primeiros a transformar esse talento de narrar fatos reais ou fictícios diante de um grupo de pessoas em uma área de atuação profissional. “Eu só sei marcar a data porque Regina Machado, que é o ‘Pelé’ dos contadores de história, diz que me conheceu por volta de 1986, 1987 e eu fui a primeira pessoa que se apresentou para ela como contador de história. Na época isso não era tão comum”, lembra. Quase quatro décadas depois, Giba é um dos mais renomados profissionais brasileiros do setor e promove oficinas, palestras e cursos, além de se dedicar também às pesquisas sobre a literatura infantil e oralidade.

Já naqueles passos iniciais Giba tinha a preocupação de construir uma narrativa “lúdica e bonita” mesmo para tratar de temas mais complexos. “Tem gente que acha que contar história é um mero entretenimento para fugir da realidade. Eu na verdade comecei a contar histórias para enfrentar a realidade”, argumenta. Por mais ou menos três anos, ele anotou as histórias que contou em um caderninho, que funcionou como um registro sentimental de momentos marcantes e de boas histórias que podem ser contadas a qualquer tempo e em qualquer lugar.

Mas, se todo mundo conta história o tempo todo entre amigos, no ambiente familiar ou mesmo para um estranho qualquer no meio da rua, o que é que define um profissional da área? O mestre garante que a resposta não é única: “Acho que o contador profissional de histórias dá uma espécie de testemunho. É sempre de dentro para fora, pelas memórias afetivas e pela experiência de vida. Cada um tem a sua técnica. É uma espécie de impressão digital de cada contador. Quanto mais conta mais você vai definindo essa sua impressão”, explica.

10 curiosidades sobre “Marília de Dirceu”

Livro do português Tomás Antônio de Gonzaga é novo lançamento da série “Os clássicos” da Panda Books

Novo volume da série “Clássicos da Língua Portuguesa”, da Panda Books, o livro “Marília de Dirceu” tem mais de 200 anos e continua sendo presença constante nas listas de obras obrigatórias para os principais vestibulares do Brasil. Já está, inclusive, no caminho dos estudantes que irão prestar a Fuvest este ano.

Essa presença por si só marca a relevância e a força da obra, que mistura uma bela história de amor e os desabafos de um escritor talentoso, castigado por tentar mudar os rumos da política de um Brasil ainda preso às mãos de Portugal. Isso sem falar na estética própria do movimento conhecido como arcadismo, um dos primeiros “filhos” do iluminismo europeu.

1. Tomás Antônio de Gonzaga nasceu em Portugal em 1744. Filho de pai brasileiro, viveu entre os dois países e, na infância, morou no Recife e em Salvador, antes de voltar para Portugal para fazer faculdade em Coimbra. Ele já escrevia poemas por lá, mas foi quando voltou ao Brasil para trabalhar como magistrado em Vila Rica – hoje Ouro Preto – que a carreira de escritor decolou.

2. Além de poeta, Tomás participou ativamente da vida política mineira e brasileira. Ele foi um dos membros do movimento conhecido como Inconfidência Mineira, que tentava libertar Minas Gerais e o Brasil dos abusos da Coroa Portuguesa. Acabou preso e levado para a Ilha das Cobras, no Rio de Janeiro. Condenado, seguiu para um exílio forçado em Moçambique, onde se casou, teve dois filhos e morreu em 1810.

3. “Marília de Dirceu” é um livro estruturado em liras. O gênero literário lírico tem o seu batismo inspirado no instrumento musical “lira”, que na Grécia Antiga acompanhava os poetas em uma época na qual os poemas eram todos cantados, e não apenas declamados ou escritos. Foi a partir do século XV que as poesias, ou liras, deixaram de ser cantadas para serem apenas faladas ou escritas.

4. “Marília de Dirceu” foi publicado em um intervalo de vinte anos. A primeira parte, dividida em 33 liras, saiu em 1792; a segunda, com 38 liras, foi impressa em 1799; a parte final, com nove liras e mais treze sonetos (poema dividido em duas estrofes de quatro versos e mais duas estrofes de três versos) só foi revelada em 1812, dois anos depois da morte de Tomás Antônio de Gonzaga.

5. Embora isso não seja dito de maneira explícita, “Marília de Dirceu” revela em grande parte uma história pessoal de amor de Tomás Antônio de Gonzaga. Quando chegou ao Brasil, para trabalhar em Vila Rica como magistrado, ele conheceu Maria Doroteia Joaquina de Seixas e se apaixonou enlouquecidamente. Ela era muito mais jovem e muito mais rica. Mesmo assim, formou-se ali um casal. Antes mesmo do casamento, Tomás foi preso. Também militante da emancipação do Brasil, Maria escapou da prisão, mas nunca mais pôde viver ao lado do então noivo.

6. Dessa forma, a primeira parte do livro traz liras que versam sobre o amor de Dirceu (que seria um alter ego de Tomás) por Marília (personagem potencialmente inspirada em Maria) e também o amor de Marília por Dirceu; a segunda parte já fala sobre o desencontro e a saudade. A terceira parte reúne poemas escritos antes de Dirceu conhecer Marília.

7. Apesar da semelhança com os amores da vida real, o livro de Tomás Antônio de Gonzaga é ambientado no interior de Portugal. Dirceu e Marília são pastores de ovelhas e cultivam um amor que adota essa paisagem simples como um elemento importante para que esse amor floresça. Não há objetivo maior que viver ali, juntos, até o fim da vida.

8. A obra é uma das principais expoentes do arcadismo no Brasil. Esse movimento literário surgiu na Europa no século XVIII no vácuo das ideias do iluminismo. Valorizava as paisagens naturais, bucólicas e rurais, e o resgate de temáticas, ideias e referências da Antiguidade Clássica. Já no começo de “Marília de Dirceu”, o autor mostra um vasto repertório de deuses gregos, dentre outros elementos da Grécia Antiga, para que Dirceu se declare para Marília. A propósito, a “Arcádia” era uma província da Grécia Antiga e se tornou uma espécie de paraíso, um ideal para poetas e artistas que acreditavam na relação direta entre a felicidade e a vida em contato com a natureza.

9. O livro “Marília de Dirceu” inspirou o batismo da cidade de Marília, que fica 438 quilômetros a noroeste de São Paulo. O fundador da cidade, Bento de Abreu Sampaio Vidal, tinha lido o livro em uma viagem para a Europa e resolveu nomear o município paulista com uma homenagem à protagonista.

10. Em 1967, os Correios lançaram uma série de seis selos comemorativos em homenagem a grandes mulheres brasileiras. Em meio a heroínas da vida real como Madre Joana Angélica, Rita Lobato, Ana Neri, Darcy Vargas e Anita Garibaldi, havia um selo para uma personagem da ficção: Marília de Dirceu. O selo de 2 centavos foi lançado em 11 de agosto de 1967. Em 1994, Marília de Dirceu voltou a estampar um selo por ocasião dos 250 anos de nascimento de Tomás Antônio Gonzaga, com ilustração da artista plástica Martha Poppe.

Bux entrevista Maísa Zakzuk

Olá!

Eu sou o Bux, e vim contar para você que um dos meus livros preferidos está fazendo aniversário.

Fruto de um projeto pessoal da escritora Maísa Zakzuk, A árvore da família chegou da gráfica em 2008 e, desde então, encanta uma geração de pequenos repórteres.

Ao longo desses 10 anos, foram 34 mil exemplares impressos, 30 mil livros vendidos e mais de 300 adoções em colégios.

Para saber mais sobre a história deste livro, dei uma de repórter e entrevistei a Maísa Zakzuk.

Bux: Como surgiu a ideia de escrever A árvore da família?

Maísa: Quando engravidei, pensei em deixar para meu filho a história da família Zakzuk, meu lado paterno árabe. Não havia nada escrito aqui no Brasil sobre as origens deste sobrenome. Fiz contato com Zakzuks em vários países e descobri que, apesar de sermos apenas 26 brasileiros, temos uma grande família espalhada pela Colômbia, EUA, Canadá, Suíça. A partir disso, achei importante dar mais substância ao conteúdo, abordando temas como a origem dos sobrenomes, os brasões de família e como se tornar o repórter da sua família e cuidar da própria história.

Bux: O que a montagem da árvore genealógica pode proporcionar às crianças?

Maísa: A árvore genealógica é o resultado de uma ampla pesquisa que as crianças fazem envolvendo famílias inteiras. Elas descobrem nomes dos avós, cidades onde moravam, objetos antigos. Isso mexe com sentimentos de saudades e até de tristeza. Descobrem também a importância de registrar fatos da família e cuidar para que as histórias não se percam.

Bux: O que você aprendeu com a publicação deste livro?

Maísa: Eu aprendo todos os dias com as histórias dos outros. Ao longo destes dez anos, me emocionei todas as vezes em que fui convidada para conversar sobre A árvore da família em escolas. Vejo escolas inteiras decoradas com fotografias antigas e ouço pequenos curiosos me contando fatos de sua história. Não tem como não ficar realizada. Eu também aprendi que todo conhecimento deve ser compartilhado. A gente tem uma melhor compreensão do mundo e das pessoas quando entende sua história de vida e de família.

MAÍSA ZAKZUK

Formou-se em rádio e televisão pela Faap em São Paulo. Dirigiu o X-Tudo e a Ilha Rá-Tim-Bum, exibidos pela Rede Cultura. Foi diretora do programa Zapping Zone, do Disney Channel. Criou e dirigiu games educativos para a Secretaria Estadual da Educação, exibidos na Rede Cultura.

Escreveu A árvore da família, Meu avô árabe, Meu museu e Noite Feliz, todos publicados pela Panda Books.

 

A ÁRVORE DA FAMÍLIA
Maísa Zakzuk
R$ 35,90

Neste livro, Maísa Zakzuk explica como tornar a pesquisa da árvore da família algo simples e prazeroso. O leitor vai se transformar no repórter da família e descobrir sua árvore genealógica. A autora conta ainda a história da imigração no Brasil, de onde vieram os povos que formaram nosso país.

 

 

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Sci-fi e nazismo em um thriller eletrizante

Para marcar a estreia do selo Livros de Guerra, a Panda Books leva às livrarias “O Quarto Reich”, thriller eletrizante contado pelo escritor de sci-fi M. A. Costa, onde realidade e ficção se mesclam a todo momento.

Durante conversas com o braço direito de Adolf Hitler na prisão de Spandau, em Berlim Ocidental, o jornalista norte-americano James Williams descobre o maior e mais bem-guardado segredo nazista, e tem a chance de fazer a reportagem de sua vida.

Quando relia sobre a Segunda Guerra Mundial, M. A. Costa sem querer esbarrou num grande mistério que faria qualquer autor de ficção científica ruborescer. Uma série de documentos por muito tempo escondidos pelas autoridades daria indícios de um plano infalível para garantir o sucesso de Adolf Hitler, baseado em tecnologias até hoje desconhecidas. Depois de incontáveis horas de pesquisa sobre o assunto, ele tinha material suficiente para escrever um suspense cheio de reviravoltas, bizarrices e muita tensão.

Em entrevista, o autor conta mais sobre seu trabalho.

Como surgiu o interesse em escrever um livro de guerra?
Sempre fui apaixonado pela temática e, em especial pela Segunda Guerra Mundial. Acho que essa guerra exerce fascínio no brasileiro pelo distanciamento. E sempre pensei que, quando fosse escrever dentro desse tema, o foco seria nos grandes segredos e mistérios desse período. A morte de Hitler foi muito mal contada e o suicídio do seu amigo pessoal e braço direito Rudolf Hess tem todas as indicações de queima de arquivo. Esses fatos são nitroglicerina pura para um escritor como eu.

Como foi o processo de pesquisa e criação da história?
Muito exaustivo e trabalhoso. Apesar de ficcional, quis elaborar um livro embasado o máximo possível em fatos reais. Por isto, debrucei-me sobre centenas de livros e documentos para tentar desvendar alguns desses mistérios. E o ponto alto com certeza foi quando consegui entrevistar Abdallha Melaouhi, o enfermeiro tunisiano de Rudolf Hess. Ele alega com todas as forças que Hess foi assassinado e, assim, minha história ganhou um fio condutor.

Para que tipo de público você indicaria seu livro?
Amantes de thrillers em primeiro lugar. E, obviamente, aos apaixonados pela temática guerra.

M. A. Costa

Foi executivo das multinacionais IBM e Xerox, além de empreendedor digital. Em 2014, lançou seu primeiro thriller sci-fi, Redenção Legionella, e-book best-seller da Amazon e da revista Veja. É imortal da Academia de Letras e Artes de Lisboa e vive no Rio de Janeiro.

 

O Quarto Reich
M. A. Costa
R$ 53,90

Durante conversas com Rudolf Hess, braço direito de Adolf Hitler, na prisão de Spandau, em Berlim Ocidental, o jornalista norte-americano James Williams descobre o maior e mais bem-guardado segredo nazista, e tem a chance de fazer a reportagem de sua vida.

 

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