“Projeto de vida” | A coletânea ajuda professores e alunos a construir o Projeto de Vida no Novo Ensino Médio

Projeto de vida oferece reflexões teóricas e sugestões de atividades práticas voltadas à formação e à atuação do docente do Ensino Médio na área de Projeto de Vida, partindo das suas vivências pessoais e sociais e da sua experiência como educador de outros componentes curriculares.

Os autores são especialistas em diferentes áreas – educação básica, ensino universitário e organizações não governamentais –, que partilham suas experiências profissionais e projetos pedagógicos, fornecendo instrumentos para a compreensão do que é criar um projeto de vida.

Organizado por Renata Amendola, o livro aborta o histórico do Projeto de Vida, metodologias como Design Thinking e Pedagogia da Presente, e propostas para ajudar os alunos a descobrirem seus objetivos e propósitos.


Roberta Amendola é mestra em educação pelo Programa de Educação, Psicologia e Linguagem da Universidade de São Paulo (USP). Tem bacharelado e licenciatura em letras também pela USP, pós-graduação em ensino de espanhol para brasileiros pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e em aperfeiçoamento para executivos do mercado editorial pela Fundação Instituto de Administração, da USP e pela Câmara Brasileira do Livro. Também tem formação em gestão de organizações do terceiro setor pela Fundação Getúlio Vargas e aperfeiçoamento em orientação educacional pela Confederación de Organizaciones de Psicopedagogía y Orientación, da Espanha. É autora da obra didática GPS: guia de protagonismo no século XXI, aprovada no PNLD 2021, além de produzir conteúdo digital e inteligência pedagógica de personalização com base em Projeto de Vida para o Ensino Médio.

“Educação especial” e a educação de qualidade para todos

Educação especial: como tornar uma escola inclusiva narra a experiência de Renata Pereira Batista como gestora do Colégio Educar Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo. A escola nasceu em 2007 e, desde sua fundação, tem o compromisso de acolher os alunos, respeitando suas singularidades.

No livro, Renata aborda todo o processo de construção dessa filosofia de ensino, a começar pela formação da equipe de professores, orientadores e coordenadores. Fundamental também é a parceria com as famílias e com a equipe multidisciplinar, que atende as crianças, como médicos, psicólogos e terapeutas.

O convite, porém, é para pensar a educação inclusiva de maneira permanente e com isso estabelecer um pacto em busca do “melhor possível” que se possa alcançar.


RENATA PEREIRA BATISTA é graduada em magistério e pedagogia, com especialização em direção de escolas e educação inclusiva pela PUC-SP. Em 2007 ela fundou o Colégio Educar Guarulhos, inaugurado sobre as bases da educação inclusiva. O interesse pelo tema, além de ser coerente com a função de educadora, também tem um fundamento familiar: Renata tem uma irmã, Roberta, que demanda muitos cuidados específicos em função de uma hidrocefalia. Mesmo com tanta bagagem teórica e prática e com um projeto já consolidado em Guarulhos, Renata continua apostando na formação continuada como ferramenta para a gestão escolar.

Josca Ailine Baroukh

Josca Ailine Baroukh: A autora que forma crianças e educadores

A autora e educadora Josca Ailine Baroukh é do tipo de pessoa que se diverte com suas atividades profissionais e, consequentemente, trabalha bastante. Em 1984, ela se formou no Instituto de Psicologia da USP. Voltada à psicanálise, terminou o curso e logo abriu um consultório. “Comecei a atender crianças, mas sou filha única e não tive muitas crianças no meu entorno. Então, eu senti a necessidade de estar mais próxima delas”. Partiu para um estágio na Escola de Educação Infantil Alecrim e se apaixonou – já em 1986 fechou o consultório e migrou para o ensino.

Ao longo de 14 anos, Josca trabalhou com diferentes faixas etárias da educação infantil e início do Ensino Médio, o que abriu portas para outros trabalhos. Tornou-se formadora de educadores, realizou projetos no Instituto Tomie Ohtake e foi indicada para colaborar com a Panda em 2010. Por aqui, ela realizou leituras críticas, catálogos e escreveu pequenos textos. Josca também traduziu a coleção “Pequenos filósofos”. Então, veio o convite da Coordenadora de Projetos Especiais da editora, Tatiana Fulas: “Você já faz tantas coisas, por que não escreve um livro também?”. Foi o início da história de “Parlendas para brincar”, feito em parceria com Lucila Silva de Almeida. “Eu gosto de escrever com outra pessoa, para conversar. Assim, o livro fica mais rico”.

Em seu primeiro livro, buscou valorizar a cultura brasileira e fornecer um repertório de parlendas maior para professores e crianças com cerca de 6 anos de idade. “Eu tinha várias, que usava quando dava aulas para o pré. A Lucila vem de uma família do nordeste e do centro-oeste e tinha outras parlendas”. Ficaram empolgadas e também escreveram “Adivinhas para brincar”. Josca ainda participou da formulação do selo Panda Educação, quando veio mais um convite: “Ler antes de saber ler − Oito mitos escolares sobre a leitura literária” é fruto de sua experiência com a formação de professores e da parceria com a autora Ana Carolina Carvalho.

Por volta de 2017 chegou o momento de a Panda ter mais livros para bebês, e Tatiana sabia com quem conversar. “Você vê que a maior parte dos meus livros foram propostos pela Tati, e eu sou muito agradecida por isso. Se ela não me cutucasse, talvez eu não teria escrito”. Com textos que variam entre o estilo literário e o didático, “O penico do bebê” e “Vamos tomar banho” foram as primeiras obras solo de Josca. Ela gostou de escrever e mais livros ainda estão por vir.

"Formas de pensar o desenho", de Edith Derdyk.

A nova edição de um clássico da arte-educação infantil

Formas de pensar o desenho foi lançado em 1988 e acaba de chegar à 3ª edição pela Panda Books. A autora Edith Derdyk escreveu uma nova apresentação e adicionou mais um capítulo na parte final do livro: “proposições”. A ampliação se une ao conteúdo adicionado na segunda edição – capítulos sobre Leonardo da Vinci, Eugène Delacroix e os brasileiros Iberê Camargo, Amilcar de Castro, Regina Silveira e Artur Barrio. O texto traz ideias e reflexões para ampliar o conhecimento dos educadores e artistas em formação, sobre quem Edith relata carinho e preocupação.

“Qualquer comunidade só desenvolve cultura, educação e conhecimento com seres sensíveis”, afirma a autora, que vê na união entre educação e arte um fundamento necessário para a construção do conhecimento. “A arte é uma forma de acordar o corpo e a consciência, de ajudar a constituir a própria subjetividade”, explica. Edith parte de uma visão geral dos percursos do desenho que nasce da ótica da História da Arte, que registra as experiências dos artistas por meio das obras realizadas ao longo do tempo. Para lançar um novo olhar sobre a expressão das crianças, ela trilha um caminho que passa por relações como entre a linha e o papel, o corpo e o movimento.

Os capítulos sobre a produção gráfica dos artistas aproximam museus de escolas, pensando em alunos e professores brasileiros que não têm a possibilidade de visitar exposições. “A história da arte é o nosso álbum de figurinhas”, explica Edith. “Fiz um recorte da produção gráfica de alguns dos artistas que, de alguma forma, contribuíram para o percurso da história do desenho”. A autora mostra fases do desenvolvimento da linguagem infantil que conversam com momentos da história da arte.

“É muito usual e praticado nas escolas, de forma geral, o ensino do desenho como cópia do real, sem entendê-lo como linguagem expressiva”. A autora busca manter acesa a chama pelo interesse na expressão. Com sua busca pela valorização do ensino da arte e da formação de educadores, Edith propõe práticas e atividades de interpretação reformulados e revisitados ao longo dos 32 anos de história do livro Formas de pensar o desenho.