As memórias afetivas de um contador de histórias

Em “Bailarinos”, Giba Pedroza transporta os jovens leitores para dentro de um brinquedo analógico e ainda fascinante

Aos 12 anos, Giba Pedroza escreveu o primeiro texto para o teatro e, desde então, nunca mais parou de olhar para o passado na hora de escrever as suas narrativas. Pela Panda Books, ele lança este mês o livro “Bailarinos”, que define como “uma fotografia antiga dele mesmo”. O protagonista é o pião, brinquedo de criança há tantos séculos no Brasil. Com as ilustrações de Sidney Meirelles o autor transporta os jovens leitores – que talvez já tenham trocado os piões pelos celulares – para dentro do rodopiar de um brinquedo analógico, mas ainda fascinante. No livro, ele garante ter crescido “com os olhos no chão, admirando o bailar dos piões” e é este ângulo que ele realça em “Bailarinos”.

O paulista Giba Pedroza se apresenta como um contador de histórias. Foi ele, aliás, um dos primeiros a transformar esse talento de narrar fatos reais ou fictícios diante de um grupo de pessoas em uma área de atuação profissional. “Eu só sei marcar a data porque Regina Machado, que é o ‘Pelé’ dos contadores de história, diz que me conheceu por volta de 1986, 1987 e eu fui a primeira pessoa que se apresentou para ela como contador de história. Na época isso não era tão comum”, lembra. Quase quatro décadas depois, Giba é um dos mais renomados profissionais brasileiros do setor e promove oficinas, palestras e cursos, além de se dedicar também às pesquisas sobre a literatura infantil e oralidade.

Já naqueles passos iniciais Giba tinha a preocupação de construir uma narrativa “lúdica e bonita” mesmo para tratar de temas mais complexos. “Tem gente que acha que contar história é um mero entretenimento para fugir da realidade. Eu na verdade comecei a contar histórias para enfrentar a realidade”, argumenta. Por mais ou menos três anos, ele anotou as histórias que contou em um caderninho, que funcionou como um registro sentimental de momentos marcantes e de boas histórias que podem ser contadas a qualquer tempo e em qualquer lugar.

Mas, se todo mundo conta história o tempo todo entre amigos, no ambiente familiar ou mesmo para um estranho qualquer no meio da rua, o que é que define um profissional da área? O mestre garante que a resposta não é única: “Acho que o contador profissional de histórias dá uma espécie de testemunho. É sempre de dentro para fora, pelas memórias afetivas e pela experiência de vida. Cada um tem a sua técnica. É uma espécie de impressão digital de cada contador. Quanto mais conta mais você vai definindo essa sua impressão”, explica.

Bux entrevista Maísa Zakzuk

Olá!

Eu sou o Bux, e vim contar para você que um dos meus livros preferidos está fazendo aniversário.

Fruto de um projeto pessoal da escritora Maísa Zakzuk, A árvore da família chegou da gráfica em 2008 e, desde então, encanta uma geração de pequenos repórteres.

Ao longo desses 10 anos, foram 34 mil exemplares impressos, 30 mil livros vendidos e mais de 300 adoções em colégios.

Para saber mais sobre a história deste livro, dei uma de repórter e entrevistei a Maísa Zakzuk.

Bux: Como surgiu a ideia de escrever A árvore da família?

Maísa: Quando engravidei, pensei em deixar para meu filho a história da família Zakzuk, meu lado paterno árabe. Não havia nada escrito aqui no Brasil sobre as origens deste sobrenome. Fiz contato com Zakzuks em vários países e descobri que, apesar de sermos apenas 26 brasileiros, temos uma grande família espalhada pela Colômbia, EUA, Canadá, Suíça. A partir disso, achei importante dar mais substância ao conteúdo, abordando temas como a origem dos sobrenomes, os brasões de família e como se tornar o repórter da sua família e cuidar da própria história.

Bux: O que a montagem da árvore genealógica pode proporcionar às crianças?

Maísa: A árvore genealógica é o resultado de uma ampla pesquisa que as crianças fazem envolvendo famílias inteiras. Elas descobrem nomes dos avós, cidades onde moravam, objetos antigos. Isso mexe com sentimentos de saudades e até de tristeza. Descobrem também a importância de registrar fatos da família e cuidar para que as histórias não se percam.

Bux: O que você aprendeu com a publicação deste livro?

Maísa: Eu aprendo todos os dias com as histórias dos outros. Ao longo destes dez anos, me emocionei todas as vezes em que fui convidada para conversar sobre A árvore da família em escolas. Vejo escolas inteiras decoradas com fotografias antigas e ouço pequenos curiosos me contando fatos de sua história. Não tem como não ficar realizada. Eu também aprendi que todo conhecimento deve ser compartilhado. A gente tem uma melhor compreensão do mundo e das pessoas quando entende sua história de vida e de família.

MAÍSA ZAKZUK

Formou-se em rádio e televisão pela Faap em São Paulo. Dirigiu o X-Tudo e a Ilha Rá-Tim-Bum, exibidos pela Rede Cultura. Foi diretora do programa Zapping Zone, do Disney Channel. Criou e dirigiu games educativos para a Secretaria Estadual da Educação, exibidos na Rede Cultura.

Escreveu A árvore da família, Meu avô árabe, Meu museu e Noite Feliz, todos publicados pela Panda Books.

 

A ÁRVORE DA FAMÍLIA
Maísa Zakzuk
R$ 35,90

Neste livro, Maísa Zakzuk explica como tornar a pesquisa da árvore da família algo simples e prazeroso. O leitor vai se transformar no repórter da família e descobrir sua árvore genealógica. A autora conta ainda a história da imigração no Brasil, de onde vieram os povos que formaram nosso país.

 

 

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Sci-fi e nazismo em um thriller eletrizante

Para marcar a estreia do selo Livros de Guerra, a Panda Books leva às livrarias “O Quarto Reich”, thriller eletrizante contado pelo escritor de sci-fi M. A. Costa, onde realidade e ficção se mesclam a todo momento.

Durante conversas com o braço direito de Adolf Hitler na prisão de Spandau, em Berlim Ocidental, o jornalista norte-americano James Williams descobre o maior e mais bem-guardado segredo nazista, e tem a chance de fazer a reportagem de sua vida.

Quando relia sobre a Segunda Guerra Mundial, M. A. Costa sem querer esbarrou num grande mistério que faria qualquer autor de ficção científica ruborescer. Uma série de documentos por muito tempo escondidos pelas autoridades daria indícios de um plano infalível para garantir o sucesso de Adolf Hitler, baseado em tecnologias até hoje desconhecidas. Depois de incontáveis horas de pesquisa sobre o assunto, ele tinha material suficiente para escrever um suspense cheio de reviravoltas, bizarrices e muita tensão.

Em entrevista, o autor conta mais sobre seu trabalho.

Como surgiu o interesse em escrever um livro de guerra?
Sempre fui apaixonado pela temática e, em especial pela Segunda Guerra Mundial. Acho que essa guerra exerce fascínio no brasileiro pelo distanciamento. E sempre pensei que, quando fosse escrever dentro desse tema, o foco seria nos grandes segredos e mistérios desse período. A morte de Hitler foi muito mal contada e o suicídio do seu amigo pessoal e braço direito Rudolf Hess tem todas as indicações de queima de arquivo. Esses fatos são nitroglicerina pura para um escritor como eu.

Como foi o processo de pesquisa e criação da história?
Muito exaustivo e trabalhoso. Apesar de ficcional, quis elaborar um livro embasado o máximo possível em fatos reais. Por isto, debrucei-me sobre centenas de livros e documentos para tentar desvendar alguns desses mistérios. E o ponto alto com certeza foi quando consegui entrevistar Abdallha Melaouhi, o enfermeiro tunisiano de Rudolf Hess. Ele alega com todas as forças que Hess foi assassinado e, assim, minha história ganhou um fio condutor.

Para que tipo de público você indicaria seu livro?
Amantes de thrillers em primeiro lugar. E, obviamente, aos apaixonados pela temática guerra.

M. A. Costa

Foi executivo das multinacionais IBM e Xerox, além de empreendedor digital. Em 2014, lançou seu primeiro thriller sci-fi, Redenção Legionella, e-book best-seller da Amazon e da revista Veja. É imortal da Academia de Letras e Artes de Lisboa e vive no Rio de Janeiro.

 

O Quarto Reich
M. A. Costa
R$ 53,90

Durante conversas com Rudolf Hess, braço direito de Adolf Hitler, na prisão de Spandau, em Berlim Ocidental, o jornalista norte-americano James Williams descobre o maior e mais bem-guardado segredo nazista, e tem a chance de fazer a reportagem de sua vida.

 

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